“Eu desconheço tudo isso”, disse Silvana de Oliveira Pereira à piauí. A revista conseguiu contato com a técnica de enfermagem apontada como quem aplicou em Jair Bolsonaro uma vacina da fabricante Pfizer, lote FP7082, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, no dia 14 de outubro do ano passado. Silvana, entretanto, afirma que jamais aplicou vacina no ex-presidente, uma vez que nem trabalhava mais no setor de imunização na referida data.

A técnica em enfermagem disse não estar entendendo nada e lamenta ter seu nome envolvido em suposto esquema criminoso para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e a filha Laura Bolsonaro com a emissão de um certificado de vacinação contra a Covid, a fim de facilitar a entrada deles e outros auxiliares do ex-presidente nos Estados Unidos. A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 3, operação de busca na casa de Bolsonaro e prisão de ex-assessores  relacionada a esta fraude.

A piauí também contatou Diego da Silva Pires, a outra pessoa que aparece no Sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde como tendo aplicado no ex-presidente uma dose da vacina Pfizer-Cominarty, lote PCA0084, em 13 de agosto de 2022, também no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. Diego apenas respondeu por mensagem de WhatsApp “Não sou médico”, questionou como a reportagem conseguiu seu número e, em seguida, bloqueou o contato.

No parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República pediu a tomada de depoimentos de Silvana de Oliveira Pereira e Diego da Silva Pires durante a investigação. O prazo dado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, é de cinco dias. Essa foi uma das medidas determinadas por ele na Operação Venire, deflagrada ontem, 3.

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