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São negras 85% das crianças e adolescentes mortas por armas de fogo no país, afirma relatório

São negras 85% das crianças e adolescentes mortas por armas de fogo no país, afirma relatório

Violência por RED
20/11/2024 14:19 • Atualizado em 20/11/2024 14:32
São negras 85% das crianças e adolescentes mortas por armas de fogo no país, afirma relatório

O Relatório Violência e Racismo – o papel da arma de fogo na desigualdade racial, elaborado pelo Instituto Sou da Paz e divulgado hoje dá conta de que as armas de fogo permanecem como instrumento utilizado na grande maioria dos homicídios registrados no país, sendo que mais de 90% das vítimas são homens e mais de 70% são pessoas negras.

Entre crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, 85% são pessoas negras. Considerando que os homens são historicamente o grupo mais afetado pela violência armada (94% do total das vítimas em 2020) e com forte desigualdade racial (81% dos homens mortos por esse meio são negros), o relatório priorizou a análise dos homicídios na população masculina com recorte de raça nas regiões metropolitanas brasileiras.

De 2012 a 2020, quase 338 mil homens negros foram assassinados no Brasil e, destes, mais de 254 mil foram vítimas de armas de fogo (75%). Essa proporção é ainda maior em Regiões Metropolitanas (cerca de 80%) do que fora delas (em torno de 71%). Nota-se que a participação da arma de fogo na morte de homens não negros diminuiu nos últimos 3 anos, especialmente nas RMs, enquanto no caso dos homens negros essa proporção voltou a crescer em 2020 em ambas as regiões.

Entre 2012 e 2017 o aumento da taxa de homicídios no país decorreu sobretudo do agravamento da violência armada contra homens negros. Em 2020 os homicídios voltaram a crescer no país refletindo novamente o aumento mais acentuado da vitimização de homens negros. Nas RMs, a taxa de mortalidade por arma de fogo cresceu 10% entre os homens negros enquanto entre os não negros manteve-se a tendência de redução observada nos últimos anos.

Assim, em 2020, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes foi 3,5 vezes maior para os homens negros do que para os não negros. Essa discrepância é significativa ao longo de todo período analisado e, a partir de 2016, apresentou uma tendência de recrudescimento em desfavor à população negra, a despeito da redução expressiva no número de casos após 2017.

Para ter acesso ao relatório completo, acesse aqui. VIOLÊNCIA ARMADA E RACISMO O PAPEL DA ARMA DE FOGO NA DESIGUALDADE RACIAL 2ª EDIÇÃO

Foto da capa: Brasil de Fato Paraná – Giorgia Prates

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