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Renda familiar de R$ 3,4 mil é sinal de pobreza, não de classe média

Renda familiar de R$ 3,4 mil é sinal de pobreza, não de classe média

Economia por RED
07/01/2025 13:50 • Atualizado em 07/01/2025 13:49
Renda familiar de R$ 3,4 mil é sinal de pobreza, não de classe média

Classe Média ou Pobreza? A Controversa Definição da Tendências Consultoria

Um estudo recente da Tendências Consultoria, uma empresa ligada aos economistas Mailson da Nóbrega e Gustavo Loyola, concluiu que, em 2024, o Brasil teria se tornado majoritariamente um país de classe média. Essa afirmação é baseada no critério adotado pelos autores, que considera uma família com renda mensal de R$ 3,4 mil como pertencente a esse segmento social.

No entanto, a definição utilizada pela consultoria diverge significativamente da do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, uma família típica de quatro pessoas só seria classificada como classe média se sua renda mensal atingisse R$ 7,7 mil, o equivalente a uma renda per capita superior a R$ 1.926. A metodologia da Tendências Consultoria, ao reduzir esse patamar pela metade, considera como classe média uma família em que cada membro vive com apenas R$ 850 mensais.

Essa redefinição, além de estar em desacordo com critérios oficiais, gera críticas por mascarar a realidade econômica do país. Classificar uma renda de R$ 3,4 mil como característica da classe média, para muitos especialistas, é ignorar as condições econômicas reais enfrentadas pelas famílias, que ainda se enquadram em um cenário de pobreza.

Embora o estudo tenha apontado que o número de famílias com renda superior a R$ 3,4 mil cresceu de 49,6% em 2023 para 50,1% em 2024, esse aumento não reflete necessariamente uma melhoria significativa na qualidade de vida. O progresso social e econômico não pode ser avaliado apenas pelo cumprimento de metas ajustadas para tornar a realidade mais favorável no papel.

Contraste com a Realidade Social
Um levantamento realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) traz uma perspectiva alarmante. Segundo o estudo, a população em situação de rua aumentou 25% em 2024, somando 327.925 pessoas a mais vivendo sem moradia. Isso reflete a incapacidade de muitas famílias de pagar até mesmo o aluguel, um indicativo de que o cenário econômico permanece adverso para grande parte dos brasileiros.

Critérios Rebaixados, Resultados Artificialmente Positivos
A prática de redefinir padrões para criar uma falsa sensação de progresso é uma crítica recorrente a estudos realizados no contexto neoliberal. Segundo analistas, essas metodologias não buscam resolver problemas estruturais, mas sim criar narrativas que desmobilizem a sociedade e reduzam expectativas por mudanças reais.

Crescimento Econômico Limitado e Estagnação Social
Os críticos do neoliberalismo argumentam que políticas que priorizam a estabilidade econômica em detrimento do crescimento real acabam perpetuando as desigualdades. Ao limitar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a valores modestos, sob a justificativa de conter a inflação e evitar desequilíbrios fiscais, essas estratégias restringem avanços significativos na melhoria da renda e na qualidade de vida da população.

Conclusão
A análise da Tendências Consultoria não reflete a realidade vivida pela maioria dos brasileiros. Classificar famílias com rendas insuficientes como parte da classe média é mais uma estratégia para maquiar a situação socioeconômica e evitar mudanças profundas no sistema. Para muitos, a verdadeira saída para o Brasil está em políticas que promovam crescimento econômico robusto, distribuição de renda e oportunidades reais de ascensão social.

 

Com informações do Hora do Povo.

Foto de capa: Agência Brasil

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