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Relevo de Porto Alegre e ‘Marés de Tempestade’ Interferem no Escoamento

Relevo de Porto Alegre e ‘Marés de Tempestade’ Interferem no Escoamento

Geral por RED
07/05/2024 15:16 • Atualizado em 07/05/2024 15:18
Relevo de Porto Alegre e ‘Marés de Tempestade’ Interferem no Escoamento

Desastre Climático no Estado Afeta 364 Municípios: 90 Mortes, Mais de 130 Desaparecidos e 360 Feridos

Relevo de Porto Alegre Agrava Inundações na Região Metropolitana devido a Chuvas Intensas. Lago Guaíba Alcança Recorde de 5,33 Metros. Desastre Atinge 397 dos 497 Municípios do Estado, com 90 Mortes e Mais de 130 Desaparecidos.

Juntamente com o relevo da capital, também contribuíram para a gravidade do cenário da Grande Porto Alegre causado pelas chuvas extremas:

  1. a formação topográfica das regiões no entorno da região metropolitana;
  2. a bacia hidrográfica da área;
  3. o efeito das tempestades no Oceano Atlântico.

entenda o papel que cada um desses elementos teve na maior enchente da história no Rio Grande do Sul.

1 – Topografia e relevo

Porto Alegre está situada em uma área plana, típica de planícies, com uma altitude média de 10 metros acima do nível do mar. Esse tipo de relevo é comum em regiões próximas ao litoral, refletindo a localização da cidade. Em contraste, Gramado encontra-se a 850 metros de altitude, enquanto São José dos Ausentes, o município mais elevado do RS, está a quase 1,2 mil metros acima do nível do mar.

De acordo com Rualdo Menegat, coordenador-geral do Atlas Ambiental de Porto Alegre e professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS, algumas áreas da cidade estão em níveis ainda mais baixos, coincidindo com o Delta do Jacuí. Isso é evidente na zona norte do município, onde está localizado o Aeroporto Internacional Salgado Filho. O aeroporto alagou devido às chuvas intensas e permanecerá fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas.

2 – Hidrografia da região

Além de estar situada em uma área de baixa altitude, a capital do estado é cercada por cerca de 40 morros em um lado e limitada pela orla fluvial do lago Guaíba do outro.

O lago Guaíba, na altura da capital, é local de confluência de cinco rios principais — Taquari-Antas, Gravataí, Sinos, Caí e Jacuí — que descem de pontos mais altos do estado. As águas dos rios chegam ao lago Guaíba, vão para a Lagoa dos Patos e de lá para o Oceano Atlântico
— Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS.
Em resumo, o lago que atravessa Porto Alegre recebe água dos rios e da chuva que cai na região central do estado antes de desaguar no oceano. Os rios que formam o Delta do Jacuí e originam o Guaíba fluem rapidamente devido à altitude de seus cursos, normalmente facilitando o escoamento do Guaíba para o mar. No entanto, com as fortes chuvas e enchentes na região, o lago está recebendo mais água do que o normal, ultrapassando sua cota de inundação de 3 metros e atingindo 5,26 metros na segunda-feira.

3 – Nível do oceano

Assim como os rios do Delta do Jacuí, o Oceano Atlântico também está sendo impactado pelas intensas chuvas e tempestades de vento no Rio Grande do Sul, o que dificulta o escoamento da água.

Os ventos fortes formam marés de tempestade. Isso faz o mar ‘crescer’, subindo o nível em até 2 metros a depender da configuração da praia. No caso do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, o mar fica mais alto do que o nível de escoamento da Lagoa dos Patos, impedindo que o excesso de água seja despejado no mar.

— Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS.

A água do lago Guaíba e dos rios que o alimentam permanece acumulada em Porto Alegre e nas cidades vizinhas de baixa altitude. Devido às chuvas persistentes e à rapidez do fluxo da água, o nível aumenta em minutos, resultando em cidades submersas em questão de horas.

 

Foto: REUTERS/Amanda Perobell

Com informações do G1.

 

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