?>

Destaque

Programas – de 10 a 17 de janeiro

Programas – de 10 a 17 de janeiro

Cultura por RED
11/01/2025 11:59 • Atualizado em 11/01/2025 12:07
Programas – de 10 a 17 de janeiro

Por LÉA MARIA AARÃO REIS*

*Morreu esta semana, de um ataque cardíaco fulminante, a mãe do médico palestino, ortopedista e traumatologista Hussam Abu Safiya, de 73 anos, diretor do Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, norte de Gaza, hoje totalmente destruído. Junto com outros médicos da sua equipe, Safiya foi sequestrado por forças militares de Israel, e o seu paradeiro continua sem confirmação oficial. Como médico de firme renome internacional na Europa e Estados Unidos, a sua prisão tem sido motivo de manifestações de colegas e profissionais da saúde em geral, em vários países – Espanha, EUA e Bélgica, entre eles.

*Amanhã, sábado, dia 11/01, será a vez de grande manifestação na Praça da Bastilha, em Paris, às 14.30 horas, com o lema “Liberdade para o Dr. Abu Safiya e para toda a Palestina”.

*Informação: durante as festas de Ano Novo 74 crianças de Gaza morreram em ataques terrestres e bombardeios das forças de combate israelenses.

*Início de ano tenso, com notícias preocupantes que deixam pouco espaço para programas relaxantes. Na área das redes sociais foi grande a repercussão do discurso da jornalista filipina e Prêmio Nobel da Paz, Maria Ressa, alertando o mundo sobre a decisão criminosa e oportunista da Meta de cessar a checagem de fatos (fact-checking): “Momento extremamente perigoso para o jornalismo”. Mark Zuckerberg diz que se trata de liberdade de expressão. É falso. Sua decisão aponta para ganhos de lucro e poder”.

*Sobre os safanões que a extrema direita neofascista brasileira continua impondo à população: “Com essa direita, se não estamos com golpes e ditadura é porque ela está sempre preparando golpes e ditadura”, diz o economista e professor da Universidade Estadual de Goiás, Angelo Cavalcante.

*E o Ministro Alexandre de Moraes sobre o 8/1: “Erramos ao achar que o golpismo estava vencido. Não estava e não está”.

*Instabilidade climática e aquecimento mais que comprovado do planeta Terra. Turistas que atravessaram o Canal da Mancha viajando no Eurostar, esta semana, se mostram estupefatos com a diferença da paisagem que presenciaram, no espaço de cinco horas da viagem: do lado da Europa continental, Amsterdã, inverno branco, cidade inteiramente coberta por neve espessa; do lado britânico, na estação internacional de St. Pancras, em Londres, esplendorosa primavera com sol e céu azul sem nuvens.

*A crise dos incêndios florestais descontrolados e intensificada pelos fortes ventos da Califórnia gerou evacuações em massa e destruição. Mais de 30 mil pessoas foram retiradas de suas casas, nos bairros mais ricos de Los Angeles. No grupo de moradores bilionários desabrigados (?), celebridades do mundo cinematográfico.

*Amanhã, sábado, (11/01), às 10 horas, no Rio de Janeiro, Praça Lamartine Babo, na Tijuca, defronte do 1º Batalhão de Polícia do Exército e diante da escultura do busto de Rubens Paiva, ato em sua memória e dos que foram mortos no interior do Doi-Codi. Organizado pela Associação Brasileira de Imprensa, pelos grupos Rio da Paz e Tortura Nunca Mais – RJ. Segundo a Comissão Estadual da Verdade, apenas no Rio de Janeiro foram 163 os mortos e os desaparecidos que lutaram contra a ditadura civil-militar de 64.

*Mas escreve o escritor Marcelo Rubens Paiva: “Tentaram acabar com o cinema brasileiro e criminalizar leis de incentivo à cultura, mas nós ainda estamos aqui. Eles se vão e a gente fica. Viva Fernanda Torres e Montenegro, Sônia, Marília, Glauber, Nelson, Babenco, Walter, Meirelles, Padilha, Kleber, Karim, Anselmo e tantos”.

*Escândalo. Um dia após anunciar o fechamento do Arquivo Público, na Praia de Botafogo, Rio de Janeiro, com prédio em risco de desabamento e incêndio, o governo estadual voltou atrás, anuncia a Agência Brasil. Segundo nota divulgada no último dia 8 pela Secretaria de Estado da Casa Civil, a decisão de fechar as portas teria sido tomada de forma unilateral pelo diretor do órgão. “O prédio do Arquivo não oferece risco estrutural”, registra a nota.

*Com mais de 93 anos de existência, o Arquivo Público é guardião de documentos de diversos gêneros e de objetos relevantes para o estudo da história e da sociedade fluminense. Atenção: o Arquivo guarda, por exemplo, documentos produzidos durante a ditadura militar pelo extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

*Excelente programa: assistir ao documentário Retomada, inédito na TV, com as histórias da resistência e luta pela conservação de identidade cultural contra os ataques e avanço do agronegócio na região do baixo Tapajós, no Pará. Protagonistas, as corajosas tribos das aldeias Castanhal dos Tupinambá e Açalzal dos Munduruku. No Canal Brasil, amanhã, sábado, dia 11, às 20 horas. O filme é de 2024 e a direção é de Ricardo Martensen. Nele, a história do militante Cristian Arapiun e registros de vídeos realizados pelos moradores locais com seus celulares, e mostrando o bloqueio de máquinas de destruição utilizando seus próprios corpos.

*Informação da Editora Tabla: livros na pauta dos seus lançamentos para 2025: Duas mulheres em uma, do Egito, de Nawal El Saadawi, tradução de Beatriz Negreiros Gemignani; Uma girafa insone em Damasco, de Khalil Alrez, tradução de Safa Jubran; Stella Maris de Elias Khoury, tradução também de Safa Jubran; Uma ilha chamada Armênia, de Cassiana Der Haroutiounian, traduzido por Catherine Chahinian.

*No Espaço Abu Copacabana, em cartaz a peça Entressafra, até 02 de fevereiro. Direção de Cristina Moura e texto de uma hora de autoria da atriz Isabel Guéron, baseada no livro homônimo lançado em 2021. Atuação de Isabel. A peça retrata com humor os dramas e reflexões de uma atriz durante as entressafras que o ofício lhe impõe.

*Filme O Auto da Compadecida 2, com Matheus Nachtergale e Selton Mello, já faturou mais de 44 milhões de reais na boca das bilheterias dos cinemas.

*Convite da Editora Garamond e da Casa da Táta para o lançamento do livro de Liszt Vieira A Democracia na Encruzilhada – o Brasil no governo Lula com uma conversa com Luiz Eduardo Soares. No próximo dia 14, terça-feira, às 18h30. No Jardim Botânico, Rua Manoel Ferreira, 89.

*Inteligência de Estado, Transição Climática e República Democrática são temas quentes de mais um debate organizado pelo Instituto Novos Paradigmas (INP), na Casa Verso, em Porto Alegre. Com o diretor geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa e o vice-diretor Marco Cepik, e João Carlos Brum Torres, Vicente Trevas e Rualdo Menegat. No próximo dia 15, às 18 horas. “Com chope gelado e empanadas argentinas”, anuncia o animado grupo do INP.

*Do jornalista Jamil Chade: “Trump sabe que o mundo está derretendo, aposta no aquecimento global e no derretimento dos polos e faz sua ofensiva sobre a Groenlândia. Uma das suas primeiras medidas deve ser a retirada dos EUA do Acordo de Paris e a aprovação de um desmonte das regulações ambientais em seu país”.

*O Parque de Ideias, projeto idealizado pelo documentarista Marcio Debellian, recebe atrações na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio de Janeiro. Neste mês, a atriz e diretora Denise Stoklos, o estilista e designer de moda Thomaz Azulay, a jornalista e roteirista Mariana Filgueiras e o diretor teatral e professor Diogo Liberano participam dos encontros com o público. Toda a programação é gratuita. Inscrições através do site. Denise retorna com sua peça Um Fax para Colombo, dia 14, às 18 horas. “Expressão de uma profunda indignação pelas invasões estrangeiras, extermínios dos povos originários, escravidão negra, e opressões sociais e políticas que ainda repercutem em toda a América Latina”, diz ela.

*De Ana Luisa Saramago Stern, professora de Direito da PUC-Rio: “Ainda estou aqui, a meu ver, não quis, propositadamente, deter-se em detalhes de um regime específico, de um momento histórico determinado e de personagens bem definidos porque tem o mérito de tratar de um modus operandi característico de qualquer regime autoritário. O silêncio sobre certos detalhes de sua história é a transcendência da história de Eunice Paiva para a possibilidade de repetir-se a mesma história a qualquer Eunice, em qualquer ditadura. A brutalidade do desaparecimento de Rubens Paiva, no silêncio sobre os detalhes de seu personagem, está na mensagem: ‘Qualquer um pode ser um Rubens Paiva em um regime de violência’”.

 

*Léa Maria Aarão Reis é jornalista.

 

lustração de capa: Marcos Diniz

 

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Toque novamente para sair.