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Programação cultural – de 31 de dezembro a 6 de janeiro

Programação cultural – de 31 de dezembro a 6 de janeiro

Cultura por RED
31/12/2023 05:25 • Atualizado em 03/01/2024 16:50
Programação cultural – de 31 de dezembro a 6 de janeiro

Por LÉA MARIA AARÃO REIS**

*”Estamos próximos dos nossos irmãos e irmãs que sofrem com a guerra. Pensemos na Palestina, em Israel, na Ucrânia. Pensemos também naqueles que sofrem com a miséria, a fome, a escravidão”, disse o Papa Francisco, durante a Missa do Galo de domingo passado. “Que o Deus que tomou para si um coração humano infunda a humanidade nos corações dos homens”.

*Este é o desenho que está rodando o mundo reafirmando, este ano, tristeza e solidariedade na próxima sexta-feira, 6 de janeiro:

(Charge: mariosergio_cartuns)

*No dia 26 deste mês foi celebrado o 130º aniversário de Mao Tsé-Tung, um dos mais importantes líderes políticos de todos os tempos, nascido em Xiangtan. A (re)ler o célebre ‘livrinho vermelho’ do dirigente revolucionário, artífice da nova China, coletânea de 427 citações do comandante organizado pelo seu ministro da Defesa, Lin Piao. A primeira edição em português se deu em 2002 pela Editora Martin Claret. Em 2023 a Editora Seara Vermelha lançou a segunda edição de Citações do Presidente Mao Tsé Tung.

*Em dezembro deste ano, o Cine Humberto Mauro realizou a retrospectiva de filmes do mestre japonês Yasujiro Ozu, e o lançamento do caderno de crítica A Rotina Tem Seu Encanto: 120 Anos de Ozu organizado por Glaura Cardoso Vale e Vítor Miranda. Ensaios inéditos e republicações de importantes textos críticos estão na versão digital desse caderno de crítica disponível na plataforma do cinema criada para dar acesso online a uma parte de sua programação e às publicações resultantes de mostras e sessões comentadas. Clique aqui.

*Autoritarismo e golpes na América Latina, do advogado Pedro Estevam Alves Pinto Serrano, é livro com reflexões e artigos do autor sobre as novas formas de autoritarismo atuais. O trabalho é resultado de pesquisa realizada na Universidade de Lisboa na qual o professor de Direito Constitucional da PUC-SP apresenta um estudo sobre o estado de exceção e os papéis que o Poder Judiciário tem assumido no sentido de implementar um controle cada vez mais autoritário sobre a vida social e política de diferentes países. O professor é autor de A Justiça na Sociedade do Espetáculo (Alameda).

*O livro de Serrano comenta o Patriot Act, nos EUA, após o ataque às torres gêmeas autorizando a prática de atos de tortura como método de investigação do inimigo mulçumano fundamentalista. Em Honduras e no Paraguai, apresenta regimes democráticos que foram inconstitucionalmente interrompidos golpeando presidentes eleitos por obra ou com apoio das respectivas cortes supremas. Em países europeus, leis e atos de combate ao terrorismo e tratamento a estrangeiros e descendentes, mesmo que nacionais, com cadastros especiais de controle estrito da intimidade e da vida dessas pessoas, e também campos de confinamento, “entre outras aberrações”, escreve o autor.

*Escrito e dirigido por Sofia Coppola, Priscilla é baseado na biografia Elvis e Eu, de 1985, assinada por Priscilla Presley e Sandra Harmon. O filme chega aos cinemas brasileiros dia 4 de janeiro e o livro parte do encontro de Priscilla Beaulieu com Elvis Presley, em uma festa. Por meio dos olhos de Priscilla, Sofia Coppola conta o lado oculto de um mito norte-americano durante o seu longo namoro e casamento turbulento.

*Pele, de Marcos Pimentel, documentário precioso, de 75′, sobre a presença do grafite e de outras expressões artísticas que se encontram nos muros de Belo Horizonte. “É a interação entre os habitantes das cidades e o que está expresso em seus muros e paredes. Grafites, pichações, símbolos indecifráveis, palavras de ordem, pensamentos políticos, hieróglifos, declarações de amor, fragmentos de memória e gritos silenciosos que revelam os desejos, medos, fantasias e devaneios de quem habita os centros urbanos”, diz o diretor, professor do departamento de documentários da Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños de Cuba.

*O filme de Pimentel recebeu o Grande Prêmio da Crítica, no FestivalMessage to Man, na Rússia, e em Recife o título esteve em cartaz, em dezembro, na programação da 26ª edição da mostra Expectativa/Retrospectiva do Cinema da FundaçãoJoaquim Nabuco (Fundaj). Trata-se de um bom programa, ver um doc que combina política e poesia mostrando um retrato do Brasil por meio da arte urbana. Na plataforma Embaúba Play.

*No Canal Brasil, dia 1 de janeiro, estreia do documentário inédito Corpolítica, de Pedro Henrique França. A produção retrata o recorde histórico de candidaturas LGBTQIAP+ nas eleições de 2020 no Brasil e acompanha a campanha eleitoral de quatro candidatos: vereadora de São Paulo Erika Hilton, do Psol; da então candidata pelo Rio de Janeiro Andreá Bak, pelo Psol; da vereadora do Rio de Janeiro Mônica Benício, também do Psol; e do então candidato a vereador por São Paulo William de Lucca, do PT.

*No catálogo da Editora Tabla 2024, bons títulos anunciados. Ajudam a entender o que se passa no Oriente. Marrocos: Sultanas esquecidasmulheres chefes de estado no Islã, de Fatima Mernissi, com tradução de Marília Scalzo; do Irã, Teerã noir organizado por Salar Abdoh, tradução de Adriano Scandolara; da Jordânia, Biografia de um olho, de Ibrahim Nasrallah com tradução de Safa Jubran; do Líbano, Stella Maris, de Elias Khoury (segundo volume da trilogia Crianças do gueto), tradução de Safa Jubran; da Palestina, O que lhes restou, de Ghassan Kanafani com tradução de Ahmed Zoghbi; da Síria, Ode à errância, de Adonis com tradução de Michel Sleiman; do Egito, Duas mulheres em uma, de Nawal El-Saadawi com tradução de Beatriz Gemignani; da Turquia Alvorada, de Sevgi Soysal com tradução de Nádia Marini e Rafael Medeiros; Istambul noir, organizado por Mustafa Ziyalan com tradução de Rogério Galindo e Uma ilha chamada Armênia, de Cassiana Der Haroutiounian com tradução dos poemas de Catherine Chahinian.

*Comemorando o êxito mundial de Assassinos da Lua das Flores, com bilheteria chegando aos US$ 160 milhões, o diretor Martin Scorsese será agraciado pelo 74º Festival de Berlim com o Urso de Ouro Honorário, na cerimônia de 20 de fevereiro próximo. A mostra tem início dia 15/2 e segue até o dia 25 incluindo uma seleção de longas do cineasta americano. Indicado ao Globo de Ouro em sete categorias, Scorsese está na frente nas apostas de potenciais premiados com algum Oscar de 2024. Em 2008, ele abriu a Berlinale com o doc Shine a Light no qual filmou os Rolling Stones em ação.

*E outra leitura especial para este fim de ano: A ordem do Capital: como os economistas inventaram a austeridade e abriram caminho para o fascismo, da Editora Boitempo, 2023. Trata-se do fruto de dez anos de pesquisas e estudos da filósofa, economista e professora da New School for Social Research Clara Mattei analisando a manobra econômica que instituiu a trindade da austeridade fiscal, monetária e industrial em arquivos italianos e ingleses.

*”Os ingleses produziram grave recessão artificial que acabou por subjugar trabalhadores e destruir suas organizações e seus sonhos”, é uma observação da autora que está registrada na resenha Dos fronts á recessão, do economista e jornalista Cesar Locatelli em Carta Capital. “Apertar o cinto, trabalhar mais e consumir menos é a regra contra a qual acaba sendo difícil protestar quando se depende do capitalismo para sobreviver”. *2024: um ano de Paz para todos.


**Jornalista carioca. Foi editora e redatora em programas da TV Globo e assessora de Comunicação da mesma emissora e da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Foi também colaboradora de Carta Maior e atualmente escreve para o Fórum 21 sobre Cinema, Livros, faz eventuais entrevistas. É autora de vários livros, entre eles Novos velhos: Viver e envelhecer bem (2011), Manual Prático de Assessoria de Imprensa (Coautora Claudia Carvalho, 2008), Maturidade – Manual De Sobrevivência Da Mulher De Meia-Idade (2001), entre outros.

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A imagem é uma montagem do site Fórum21.

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