Especial
Programação cultural – de 26 a 31 de agosto
Programação cultural – de 26 a 31 de agosto
Por LÉA MARIA AARÃO REIS**
*Brasileiros que viveram o golpe no Chile quando estavam vivendo naquele país retornam 50 anos depois. Passado o pesadelo Pinochet, grupos de brasileiras e brasileiras de várias regiões, acolhidos pelo povo do país vizinho e pelo regime de Salvador Allende durante a ditadura civil-militar de 64, festejam mais uma vez o retorno da democracia no país andino. São brasileiros(as) exilados(as) que se encontravam lá quando da derrubada de Allende, em 11 de setembro de 1973.
*O grupo do Rio de Janeiro dessa Caravana Viva Chile! (que tem cerca de cem integrantes de todo o Brasil) está se preparando para partir para Santiago e chama para o bota-fora na Taverna da Glória, hoje, dia 26, a partir das 17h00. O encontro dos paulistas ocorreu domingo passado, num restaurante no bairro de Vila Madalena. Quem vai acompanhar a Caravana, filmando esse périplo de agradecimento ao povo chileno é o documentarista Silvio Tendler.
*Lançado o novo livro do historiador, professor e ex-deputado federal pelo Piauí, Manuel Domingos Neto. Ele é um dos mais bem informados especialistas em forças armadas do país, e deu ao seu volume o título de O que fazer com o militar? O trabalho é destinado aos leitores pouco familiarizados com o tema da indevida participação do militar na política, assunto que volta a ferver, mais uma vez. O volume é de fácil leitura e tem como foco central a necessidade de uma reforma militar no país, de uma nova concepção de “defesa nacional”, e da redefinição pelo estado do papel das corporações militares.
*De autoria do mesmo Manuel Domingos Neto, leitura também essencial e best seller desde 2021 é Comentários a um delírio militarista – O que os militares pretendem fazer com o país? Ambos, edições do Gabinete de Leitura.
*Outro livro sobre o tema da relação política com militares, recém-lançado, é da pesquisadora e advogada Julia Almeida, professora na Universidade Anhembi Morumbi. O título: A militarização da política no Brasil contemporâneo. Tema grave, sempre relevante e que volta a ser especial neste momento. O livro propõe refletir sobre a ocupação de cargos políticos por parte de militares e a “militarização do controle social que se complementaram e se retroalimentaram no governo passado”.
*A autora de A militarização da política no Brasil contemporâneo chama a atenção do leitor(a) para o cenário de agravamento da crise a partir da estrutura capitalista, racista e patriarcal da nossa constituição histórica. (Ed. Alameda)
*Mussum, o Filmis, do estreante Silvio Guindane, vencedor da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, trata da cinebiografia de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o músico e humorista Mussum. Conquistou sete Kikitos, entre eles o de Melhor Filme, recebido pelo júri oficial e popular, e de Melhor Ator para Ailton Graça.
*Como o Festival de Gramado passou a distribuir três prêmios para longas-metragens em competição, receberam também outros Kikitos os filmes Anhangabaú (Melhor Documentário), de Lufe Bollini, e Hamlet, de Zeca Brito.
*A Editora Vozes relança Brasil: Nunca Mais em edição de bolso. Preço: R$ 24,90. O livro é um relato cru e contundente de como transcorreu a tortura de presos praticada pela ditadura civil-militar de 1964/1985. Desde 1985, o volume é best-seller, ao chegar às livrarias com as suas 312 páginas. Vendeu, na época, mais de 200 mil exemplares e constitui parte do Projeto Brasil: Nunca Mais desenvolvido por Dom Paulo Evaristo Arns, Rabino Henry Sobel, Pastor presbiteriano Jaime Wright e equipe. O livro foi produzido, clandestinamente, entre 1979 e 1985, durante o período final da ditadura no Brasil.
*Filme Oppenheimer ampliando índices de bilheteria. É, de fato, um blockbuster internacional. Na semana passada, faturou meio bilhão de dólares exclusivamente nas três primeiras semanas em cartaz. Domingo próximo haverá uma sessão especial e gratuita desse novo filme de Christopher Nolan, no SP Cine do Centro Cultural Olido, na capital paulista, às 14h00. Resenha aqui.
*Novos concertos à luz de velas da série Candlelight, ao ar livre, no Solar Real, em Santa Tereza, Rio de Janeiro. Dia 29, trilha musical com canções de Frank Sinatra; dia 30, de Elvis Presley.
*Celebrando os 80 anos de Robert de Niro, este mês, a plataforma Mubi incluiu no catálogo diversos filmes do ator ítalo-americano e um dos fundadores da produtora Tribeca. Realizados nas décadas de 1980 e 1990, Touro Indomável e Era uma vez na América são dois dos clássicos nos quais de Niro, que nasceu no coração de Nova Iorque, trabalhou.
*O livro Guerrilheiras: memórias da ditadura e militância feminina desvenda detalhes da história que nasce na ditadura civil-militar de 1964 e segue ao longo do período democrático a partir de Dilma Rousseff e de Iara Iavelberg, duas figuras emblemáticas da luta feminina contra o regime. A obra analisa duas biografias. A de Iara, morta pela ditadura, em uma reportagem de 1992 produzida pela jornalista Judith Patarra; a da ex-presidente intitulada A vida quer é coragem, de Ricardo Batista Amaral, texto publicado em 2011, no início do primeiro mandato presidencial de Dilma.
*O espetáculo Vozes da Floresta – Chico Mendes Vive está em cartaz no Teatro Ipanema, Rio de Janeiro. O texto é de Zezé Weiss, e Lucélia Santos e Francisco Carvalho participam. Hoje, dia 25, e 26 (às 20h00), e domingo, 27, às 19h00.
*Dia 2 de setembro, no espaço Palavra-Chave do Pavilhão Azul da Bienal do Livro Rio, às 17h00, encontro com o escritor, psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP, Christian Dunker, participando de debate com colegas, organizado pela Boitempo. Em seguida, sessão de autógrafos do seu mais recente volume, O Nosso Tempo. Dunker é Prêmio Jabuti de 2016 com Lacan e a Democracia e, pela Editora Planeta, lançou, há dois meses, Lutos finitos e infinitos.
*Excelente programa, a 34ª edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, o Curta Kinoforum, que começou ontem, dia 24, e vai até o dia 28 com 301 filmes de 53 países. Além de Zé Celso, Eliane Caffé, Godard, Anna Muylaert, o festival apresenta filmes de cineastas indígenas de diversas nações como Olinda Tupinambá, Priscila Tapajowara e Takumã Kuikuro. Evento organizado com a participação do Sesc SP, Cinemateca Brasileira e Museu da Imagem e do Som. Na plataforma Sesc Digital.
**Jornalista carioca. Foi editora e redatora em programas da TV Globo e assessora de Comunicação da mesma emissora e da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Foi também colaboradora de Carta Maior e atualmente escreve para o Fórum 21 sobre Cinema, Livros, faz eventuais entrevistas. É autora de vários livros, entre eles Novos velhos: Viver e envelhecer bem (2011), Manual Prático de Assessoria de Imprensa (Coautora Claudia Carvalho, 2008), Maturidade – Manual De Sobrevivência Da Mulher De Meia-Idade (2001), entre outros.
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