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Programação cultural – de 18 a 24 de novembro

Programação cultural – de 18 a 24 de novembro

Cultura por RED
18/11/2023 12:00 • Atualizado em 20/11/2023 09:17
Programação cultural – de 18 a 24 de novembro

Por LÉA MARIA AARÃO REIS**

*Vozes palestinas da memória é o título da resenha que o escritor amazonense Milton Hatoum, um dos mais expressivos autores brasileiros, publicou no blog da Editora Tabla sobre o livro Meu Nome é Adam, do escritor e jornalista libanês Elias Khoury. Vale ler o texto de Hatoum sobre esse primeiro volume da trilogia Crianças no Gueto. (clique aqui para ler)

*Escreve Hatoum: “Por acaso, Elias Khoury, escritor e professor de literatura em Nova York, conhece Adam Dannun, um vendedor de faláfel e sócio de um restaurante. Adam fala fluentemente árabe e hebraico, e Khoury não sabe se ele é palestino ou judeu israelense. Essa é uma das ambiguidades deste romance monumental, em que a fábula se mistura com a História, a imaginação com a memória, a vida particular dos personagens com a tragédia de todo um povo”. (Texto publicado originalmente na Revista Quatro Cinco Um).

*Outro programa que merece atençãoNovembro negro no Instituto Moreira Salles de São Paulo com programação especial de filmes, alguns inéditos nos cinemas, como Chic Show (2023), retrato do histórico baile black de São Paulo, o francês Saint Omer (2022), vencedor do Leão de Pratano Festival de Veneza, e o longa-metragem angolano Ar condicionado (2020)

*E mais: a programação inclui filmes de Moustapha Alassane, primeiro cineasta africano a dirigir animações, e um documentário sobre a escritora Audre Lorde.

*Nova temporada do programa Entrevista, no Canal Futura, estreia no Dia da Consciência Negra com Cida Bento debatendo educação antirracista com 20 líderes da causa, com pautas alinhadas ao Projeto A Cor da Cultura.O tema: as leis 10.639 e 11.645 que completam 20 e 15 anos determinando que os estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, devem, obrigatoriamente, inserir em seus currículos e na formação dos professores, o ensino da história e culturas negra e indígena.

*No Mês da Consciência Negra, o Canal Brasil promove uma maratona especial com programas, séries, documentários, curtas e longas-metragens protagonizados ou dirigidos por cineastas e atores negros. Entre 20 e 26 de novembro. Serão duas faixas fixas no ar às 20h55 e 22h30, além da exibição de filmes todos os dias, a partir de 00h00. Na seleção, sete são estreias: os longas Cabeça de Nêgo (2020), de Déo Cardoso; O Pai da Rita(2021), de Joel Zito Araújo e Canção ao Longe (2021), de Clarissa Campolina; e os curtas Baile(2023), dirigido por Cíntia Domit Bittar; Espelho (2023), de Luciana Oliveira; Nossa Mãe era Atriz(2023), de André Novais Oliveira; e Nossos Passos Seguirão os Seus(2023) de Uilton Oliveira.

*Sugestão de leitura: A Ratazana, distopia de Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura, onde ele indaga: “Existe esperança para a humanidade? Talvez um fiapo de esperança unicamente na solidariedade”. Edição Ed. Record, de 2002.

*Pela primeira vez a Casa da Utopia, grupo que trabalha o fortalecimento dos movimentos sociais no estado do Rio de Janeiro, participa da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP. De 22 a 26 de novembro, a festa deste ano terá debates com intelectuais e ativistas sobre democracia, feminismo, política e representatividade, e bate-papos com autoras como Conceição Evaristo, Vilma Piedade e Eliana Alves Cruz. A iniciativa é resultado de parceria com as editoras Intrínseca, Malê e Aruanda.

*Festejada exposição Comigo Ninguém Pode, do artista Jeff Alan, na Caixa Cultural do Recife, estendida até janeiro. Jeff Alan é artista recifense em ascensão, e suas obras repletas de significados refletem a riqueza cultural das comunidades negras e periféricas do Recife.

*O novo trabalho de um dos diretores mais queridos do cinema italiano, Nanni Moretti, chega aos cinemas dia 4 de janeiro de 2024. É a comédia O Melhor Está por Vir, com o diretor no papel principal, ao lado de Margherita Buy, Silvio Orlando e Mathieu Amalric. O filme estreou em Cannes este ano e o protagonista é um diretor filmando a Roma dos anos de 1950, na época da invasão soviética da Hungria.

*Promovendo um encontro de oportunidades em um espaço racialmente qualificado para a comunidade negra e agentes da indústria, o Festival Negro de Cinema Nicho Novembro, nesta sexta-feira, dia 17no Instituto Moreira Salles, em São Paulo, traz painéis e ‘estudos de casos’. Ingressos gratuitos via Sympla.

*A Aforista volta ao palco do CCBB/Rio para mais uma temporada. Abriu a temporada 2023 no Rio de Janeiro depois do sucesso de público e crítica nos CCBBs RJ, Brasília, SP e BH. Escrita por Marcos Damaceno, inspirada na obra do escritor Thomas Bernhard, apresenta a atriz Rosana Stavis acompanhada de dois pianistas tocando ao vivo, e um texto tragicômico repleto de confusões e perturbações próprias da mente do ser humano contemporâneo. De 08/11 a 03/12.

*Nunca é tarde para relembrar a data passada recente do assassinato de Carlos Marighella, dia 4 de novembro de 1969, em uma emboscada na Alameda Casa Branca, Jardim Paulista, São Paulo. Político, escritor, revolucionário e guerrilheiro comunista marxista-leninista, é o grande protagonista do livro de referência de Mário Magalhães, Marighella, editado pela Companhia das Letras em 2012. Até o ano passado o livro estava na oitava edição.

*A partir do livro Wagner Moura escreveu o roteiro do doc sobre o baiano de Salvador, um ícone da resistência à ditadura civil-militar no Brasil. O filme foi exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Berlim. Sua direção é de Isa Grinspum Ferraz, sobrinha de Marighella, e a narração é do ator Lázaro Ramos. O filme pode ser visto no Netflix e na TV Claro TV+.

*Muita atenção para essa preciosidade: no próximo dia 22, às 20h00s, a Cinemateca Brasileira exibe pela primeira vez no Brasil o recém-descoberto filme Amazonas, o maior rio do mundo, considerado o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia pelo cineasta e fotógrafo luso-brasileiro Silvino Santos (1886-1970). A obra de 1918 era dada como desaparecida desde meados dos anos 1930 e foi reencontrada, no início deste ano, no Národní Filmový Archiv, o Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca.

*Na sequência dos acontecimentos em que a tragédia em Gaza agravou as divisões entre o Norte e o Sul do planeta, o economista Thomas Piketty, em artigo publicado no Le Monde, faz apelo claro e contundente: “É hora de os países ocidentais saírem de sua arrogância e levarem os BRICS a sério”. Em um mundo em transformação, com a cúpula dos BRICS fortalecida recentemente em Joanesburgo, Piketty destaca a importância de “compensar a ordem econômica global e implementar medidas que promovam a justiça e a equidade entre as nações”.

*O Festival Varilux, com 21 filmes franceses, está em cartaz em cinemas da cadeia Kinoplex do Rio e de SP. O clássico O Desprezo, de Jean-Luc Godard, é uma das pérolas apresentadas. Outro filme, este recente, Culpa e Desejo, de Catherine Breillat, vem recebendo aplausos da crítica especializada.

*E a 8ª Mostra de Cinema Chinês on-line está chegando, organizada pelo Instituto Confúcio em parceria com a Universidade Estadual Paulista, a Unesp. O tema desta edição é Em busca da Luz e os filmes podem ser vistos no Spcine Play. Curadores da mostra, duas estrelas dos estudos do áudio visual chinês: o crítico de cinema Shi Wenxue e Lilith Li.

*Mas o cinema italiano contra-ataca com o Festival de Cinema Italiano no Brasil, que vai até 9 de dezembro em 91 salas de mais de 60 cidades em todas as regiões do país e também no streaming. São 32 filmes entre longas-metragens inéditos e comédias clássicas italianas.

*Na contramão, um dos maiores e mais tradicionais eventos culturais do Brasil na Rússia, o Festival de Cinema Brasileiro em São Petersburgo vai até o dia 20. Em Moscou, de 20 a 24 deste mês, apresentando oito filmes contemporâneos entre romances, dramas, biografias, comédias e documentários. Detalhe: realizado desde 2008, o festival já levou para as salas de cinema na Rússia mais de 50 mil pessoas.

*A persistência do passado, Patrimônio e Memoriais da Ditadura em São Paulo e Buenos Aires, de Deborah R. L. Neves, é resultado de uma pesquisa corajosa que trata de memórias dolorosas: as duas ditaduras enfocando em Buenos Aires e São Paulo processos de patrimonialização pública dos antigos edifícios da ESMA e do DEOPS. Um prédio, criado para ensino profissionalizante de mecânica para jovens com aspiração militar, tornou-se centro de repressão e detenção clandestino; posteriormente, monumento nacional contra o período de exceção. O outro prédio, armazém de empresa de trem foi convertido em prisão política e, em seguida reabriu como Memorial da Resistência em homenagem aos que enfrentaram a ditadura brasileira de 64.

*A Editora Alameda e Deborah R. L. Neves sublinham sobre o assunto do volume: “São fragmentos eloquentes de um passado que nem todos querem enfrentar, com boas ou más intenções, para poder seguir em frente. A persistência do passado nos ensina, porém, que a pior receita social é, sem dúvida, esquecer de lembrar”.

*A18ª edição do Fest Aruanda organizado pela Universidade Federal da Paraíba, a UFPB, será realizado entre 30 de novembro e 6 de dezembro, na rede Cinépolis, com entrada franca de manhã, à tarde e à noite. Sete curtas-metragens paraibanos foram selecionados para essa edição e estão na mostra competitiva do festival com o título de Sob o Céu Nordestino.

*O tema é a fascinante cidade de Beirute nessas leituras: O arador das águas, da libanesa Hoda Barakat, trata do solitário Niqula Mitri percorrendo a cidade devastada pela guerra e recordando as histórias de seu pai e de sua mãe egípcia. Em Beirute Noir, 15 contos de 14 autores libaneses e de um palestino nascido e criado em Beirute compõem um mosaico de perspectivas diferentes sobre a mesma cidade. A organização do volume é da escritora libanesa Iman Humaydan. Ela descreve Beirute como “a cidade que dança sobre suas feridas”. (Ed. Tabla).


**Jornalista carioca. Foi editora e redatora em programas da TV Globo e assessora de Comunicação da mesma emissora e da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Foi também colaboradora de Carta Maior e atualmente escreve para o Fórum 21 sobre Cinema, Livros, faz eventuais entrevistas. É autora de vários livros, entre eles Novos velhos: Viver e envelhecer bem (2011), Manual Prático de Assessoria de Imprensa (Coautora Claudia Carvalho, 2008), Maturidade – Manual De Sobrevivência Da Mulher De Meia-Idade (2001), entre outros.

As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.

A imagem é uma montagem do site Fórum21.

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