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Primeira queda da inflação é tema do Espaço Plural desta quarta-feira; confira
Primeira queda da inflação é tema do Espaço Plural desta quarta-feira; confira
A inflação oficial do mês de junho ficou em -0,08%, sendo a primeira queda registrada em 2023. É também o menor índice para o mês desde 2017. A queda pode influenciar na redução da taxa básica de juros, a Selic, a partir de agosto.
Para falar sobre o assunto, o Espaço Plural desta quarta-feira, 12, recebeu Maurício Andrade Weiss, professor do Mestrado Profissional em Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Paulo Feitosa, professor de Economia em Belo Horizonte e analista do Banco Central do Brasil aposentado.
“De fato a inflação já vem apresentando sinais de queda em vários meses anteriores. O que a gente denomina como um processo de desinflação. Existem a inflação, os índices de preço ainda apresentam variação positiva a cada mês, mas declinando mês a mês. No caso de junho, o que pela primeira ocorre depois de pelo menos uns nove meses, a última vez que isso foi em setembro de 2022, nós estamos assistindo então a uma deflação. Ou seja, uma variação negativa dos preços. Isso é bom ou ruim? Eu particularmente acho que isso é muito ruim, isso é péssimo e é uma influência direta na minha opinião das taxas de juros extremamente selvagens, para não dar outras adjetivações, que o país tem experimentado e que o Banco Central insiste em nos empurrar goela abaixo”, afirmou o professor Paulo Feitosa.
Feitosa ainda explicou que a inflação reduz o poder de compra da população e cabe ao governo trabalhar para reduzi-la. Mas as empresas possuem outra estratégia: antes de reduzirem o preço dos produtos e suas margens de lucro, elas cortam a produção e somente depois tornam os produtos mais baratos. “Quando nós estamos vendo deflação, significa que ele já cortou produção, isso já significa dizer que já cortou emprego também, que é uma situação extremamente trágica, e já agora não tendo mais o que fazer tá também cortando preço, que é a última das opções que lhe resta”.
“Agora, especificamente neste mês de junho, a gente observa que os principais fatores relacionados à queda da inflação que chegou ao caso de uma pequena deflação decorre principalmente da questão dos alimentos. Então, a questão dos alimentos não foi necessariamente uma queda da demanda, mas sim uma melhora da oferta até por uma melhora das condições climáticas. Também houve uma importante queda no preço dos combustíveis. […] Esses fatores foram favoráveis para a inflação. Então, não é tanto esse contexto de depressão que leva a inflação. Teve bastante questões de oferta que estão ajudando no controle da inflação”, destacou o professor Maurício Andrade Weiss.
Assim como Feitosa, Weiss também apontou a alta taxa dos juros. “A taxa de juros em patamar exagero tem retraído a economia. A gente aparentemente teve um crescimento muito bom no primeiro trimestre, mas a indústria e o comércio não tiveram uma grande resposta muito por conta desses juros altos. O efeito total dele tá sendo sentido mais agora. O juros, ele tem um impacto mais rápido, mas ele vai acumulando impactos especialmente a partir de seis meses. E esse impacto da taxa cheia de juros a gente tá sentindo em cheio nesse semestre. Isso tem prejudicado bastante o crescimento econômico e de uma forma negativa também auxilia nessa queda da inflação”.
Assista o programa completo:
O programa Espaço Plural vai ao no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.
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