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Opinião

Por que os “não chimangos” são esquecidos?

Por que os “não chimangos” são esquecidos?

Artigo por RED
03/04/2023 05:25 • Atualizado em 04/04/2023 12:31
Por que os “não chimangos” são esquecidos?

De ADELI SELL*

A pergunta talvez devesse ser por que tantos assistas e maragatos foram apagados ou esquecidos?

Alcides de Mendonça Lima nasceu em 11 de outubro de 1859, em Bagé. Morreu em 26 de agosto de 1935 (75 anos).

Em 06 de julho de 1936, pela lei n° 2 de Porto Alegre, ele foi homenageado com o nome de uma Travessa. E nenhum outro logradouro leva seu nome em Porto Alegre. Sumiu.

A Constituição brasileira de 1891 tem a assinatura de Alcides de Mendonça Lima, que foi importante jurista, advogado, escritor, historiador e político.

Cursou Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, tendo como colegas Assis Brasil e Júlio de Castilhos. Durante o curso fez parte do Clube Republicano 20 de setembro, lá também escreveu e publicou, em 1882, a História Popular do Rio Grande do Sul, abrangendo desde os primórdios do Rio Grande até a Revolução Farroupilha. Concluiu o curso em 1882 e instalou-se em Pelotas.

Eleito deputado constituinte nacional, participou da elaboração da Constituição de 1891, como vimos.

Depois foi juiz em Rio Grande e Pelotas, além de deputado estadual. Julgou inconstitucional uma lei estadual publicada pelo governador Júlio Prates de Castilhos, pelo qual foi processado por duas vezes e duplamente inocentado pelo Supremo Tribunal Federal. Percebendo a inviabilidade de continuar como juiz, abandonou a carreira pública e estabeleceu uma banca de advocacia.

Ou seja, os chimangos perseguiam todos os que não concordavam com eles. Todos. Sempre foi assim.

Por que tão poucos falam da figura ditatorial de Júlio de Castilhos?

Alcides Lima tomou parte na Revolução de 1923, apoiando Assis Brasil.

Foi um dos fundadores da Academia Rio-Grandense de Letras. Seu livro não se comenta, nem foi reeditado.

Lembro que romperam com o castilhismo e borgismo, o médico e senador Ramiro Barcelos, o jornalista Venâncio Aires, Barros Cassal, entre outros.


*Escritor, professor e bacharel em Direito.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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