Operação da Polícia Federal cumpre mandados de prisão do tenente-coronel Mauro Cid e o ex-sargento do Bope Max Guilherme

A casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos da Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira, 3, em Brasília (DF). A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e cumpre 16 mandados de busca e apreensão, em Brasília e no Rio de Janeiro.

Foram presos os ex-assessores de Bolsonaro, Mauro Cid e Max Guilherme. Também são alvos de mandado de prisão Sergio Cordeiro, segurança de Bolsonaro, Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens, Ailton Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022, e João Carlos de Sousa Brecha, secretário em Duque de Caxias (RJ) —esse último também já preso.

Conforme nota da PF, a operação apura o caso de uma “associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde. “Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19″, informou a Polícia Federal.

A Venire é parte do inquérito que analisa a atuação das “milícias digitais” e os fatos investigados podem configurar, segundo nota da PF, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Serão realizadas análises do material apreendido durante as buscas e tomados depoimento de suspeitos de terem informações sobre a suposta fraude na inserção de dados nos sistemas do Ministério da Saúde.

Como presidente, Bolsonaro sempre se manifestou minimizando os impactos da pandemia de COVID-19 e não se mostrou sensibilizado com as milhares de mortes e situação de calamidade no país, além de comprar e superfaturar remédios ineficazes contra a doença. Com discurso negacionista, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas e espalhou informações falsas.

Foto de Jair Bolsonaro e o Coronel Cid, seu ajudante de ordens e braço direito – Secom