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PF fará um pente-fino em dinheiro movimentado pela Operação Lava Jato
PF fará um pente-fino em dinheiro movimentado pela Operação Lava Jato
A Polícia Federal (PF) vai investigar todas as movimentações realizadas por contas relacionadas com a organização da Operação Lava-Jato. O objetivo é saber a origem, o destino e os procedimentos em que os recursos foram aplicados. A investigação foi informada através das redes sociais pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na segunda-feira, 24.
“Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras”, escreveu Flávio Dino.
Uma reportagem exclusiva do UOL revelou que o ex-procurador e o ex-deputado Deltan Dallagnol negociou um acordo em sigilo com autoridades norte-americanas para dividir o dinheiro que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades por corrupção. A negociação não envolveu a Controladoria-Geral da União (CGU) que é o órgão competente para atuar no caso.
Além dos norte-americanos, procuradores suíços que faziam parte das investigações também estavam envolvidos no esquema, conforme mostram as conversas feitas em 2016 e obtidas pela Operação Spoofing.
Mais de dois anos depois, a Petrobras fechou um acordo com os Estados Unidos e pagou uma multa de 853,2 milhões de dólares para não se processada. De acordo com a reportagem, o acordo garantiu 80% do valor ao Brasil, que seriam destinados a um fundo privado da Lava Jato, mas não aconteceu.
A criação de uma fundação própria, independente e privada pela Lava Jato foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido a Procuradoria-Geral da República (PGR). O dinheiro foi destinado à Amazônia.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investiga o caso. Segundo a apuração, contas judiciais ainda estão abertas e há recursos aguardando definição na Suíça.
Até o momento, a investigação irá focar na origem, no destino e dos procedimentos das contas sob gestão da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde correm os processos da operação. Ainda não há pedidos de quebra de sigilo de contas pessoais dos procuradores ou do ex-juiz e atual senado Sérgio Moro.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil.
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