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Opinião

Passado obscuro do South Summit

Passado obscuro do South Summit

Artigo por RED
04/04/2023 16:04 • Atualizado em 08/04/2023 11:11
Passado obscuro do South Summit

De ADELI SELL*

As questões escondidas, apagadas ou não percebidas

Não procures esconder nada; o tempo vê, escuta e revela tudo. – Sófocles

 

Transparency

Palavra da língua inglesa que diz muito e que não ouvi ser usada no South Summit: the quality of being easy to perceive or detect – a qualidade de ser fácil perceber ou detectar.

Como tinha no velho dicionário Caldas Aulete, o melhor exemplo da paróquia: “the transparency of their predatory motives“. Traduzindo: “a transparência de seus motivos predatórios”. Não inventei. Achei. Na mosca.

Este encontro, “business meeting”: alguém quis me justificar – quando levantei algumas questões que os governantes não responderam nem vão responder – é o antônimo de “transparência”, ou seja, foi “OBSCURO”. Mas os deputados e vereadores poderiam usar do Regimento Interno de suas casas para fazer Pedidos de Informações!

As “ocas”, aquelas armações espremidas ali entra os armazéns e as águas do Guaíba, foram bancadas pelo governo do Rio Grande do Sul. 10 milhões! Alguém contesta?

A Procempa tem um gasto “obscuro” de mais de 1,5 milhões com o “Centro Histórico”. Até aqui ninguém contestou.

IETEC

Ali na entrada do Túnel da Conceição, pelo número 308 da Avenida Osvaldo Aranha, havia a Incubadora Empresarial Tecnológica de Porto Alegre. Foi obra gestada no governo de Tarso Genro, incrementada com Raul Pont e comigo e com o prefeito João Verle, que estivemos ponteando projetos e pesquisas, com três ou quatro funcionários.

Eram 21 incubadas, estas iam se “formando”, saindo e entrando outras.

Hoje, é uma tapera, escombros, abandono de um espaço público. Enquanto isso, a Prefeitura investiu uma baita grana no obscuro, porém badalado, South Summit.

ICC PORTOSOL

Foi uma Instituição Comunitária, gestada pela PMPA, ideia de Helmuth Volkmann e Clóvis Ilgenfritz da Silva, e financiava microempreendedores, que algumas vezes acabavam usando ou fazendo tecnologias sociais.

Foi incorporada por uma ICC de Santa Maria, logo com a grana da Prefeitura investida “ajudando” outra cidade.

PAROBÉ

Esta escola estadual leva o nome do político castilhista e grande engenheiro Pereira Parobé. Começou em 1928, virou Instituto Parobé para formação de mestres, deixando de existir o Instituto Técnico Profissional. Agora, é uma Escola de Nível Médio, com ênfase em MECÂNICA, EDIFICAÇÕES, ELETRÔNICA, ELETROTÉCNICA E ESTRADAS.

Se houve problemas na INFOVIA da Orla, imaginem o RS com falta de vias asfaltadas e falta de profissionais nas áreas citadas, sendo que nada disto teve espaço num evento de tecnologia.

Se a escola pudesse ter se apresentado, não teria algum investidor para olhar pelo menos para ela? Perguntar não ofende, não é?

CESSMAR

O Centro Social Marista está localizado na comunidade do Timbaúva, Bairro Mário Quintana, na Zona Norte de Porto Alegre.

Vá direto nas suas iniciativas.

Desde 2006 tem o Polo de Formação Tecnológica.

A moçada que lida com ROBÓTICA no Cessmar foi uma das maiores atrações nos últimos Fóruns Internacional de Software Livre na PUC.

FISL

Porto Alegre muitas e muitas vezes esteve no mapa mundial da ciência e da tecnologia com o FISL – Fórum Internacional de Software Livre. Vejam aqui.

Pesquei os dados de 2017: O FISL contou com 3937 participantes, 492 palestrantes (mais que a metade dos “speakers” do SS), 72 caravanas e 462 atividades, entre palestras, oficinas e debates, totalizando 519 horas de atividades realizadas. Contou com 167 voluntários, 44 expositores, 35 patrocinadores, 13 comunidades. Participaram representantes de 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal e de 21 países.

35 patrocinadores!

E quem patrocinou o South Summit?

Que eu saiba de 2018 para cá, com o golpe ao governo federal, com governos neo-atrasados na Prefeitura e no Estado, o FISL não tem saído. Mas…. saiu o South Summit.

Alguém poderia me ajudar?

Alvo de GZH

Enquanto meus artigos são publicados nas mídias sociais, nos sites e blogs da mídia independente, a ZH, via a colunista Rosane Oliveira resolve me atacar:

– Crítica é uma coisa. Ranço, é outra — e talvez explique o resultado nas urnas.

Se da planície aqui eu incomodo, imagina se eu estivesse na titularidade do mandato na CMPA!

Ranço?

“Tudo que é sólido desmancha no ar”, nos ensinou Marx já no século XIX. Imagina agora na Modernidade Líquida que alguns não aprenderam com Zygmunt Bauman, tudo vira pó!

É o que sobrou para Porto Alegre depois do South Summit. Já é passado. É pó no ar, sumindo nas águas do Guaíba.

E o presente exige de cada um de nós REFLEXÕES e não ataques.

A mídia tradicional e patronal que me ataca, não faz uma análise de tudo o que falei. Por que não investiga? Há seis anos o Grupo RBS bombasticamente anunciou um “Grupo de Investigação”. Bom, agora, seria um bom momento para investigar o que falei e o que tantos falam, mas que não tem acesso á GZH.

Vou mandar um artigo de Opinião a eles, ver se publicam!

Ah, não ataco quaisquer jornalistas, eles tem o direito de opinar. Discordo, faço mina réplica, tréplica quando tiver oportunidades.

Bach

Não perco o tranco com ataques, seja lá o que for, ouço Bach.

Não fui contra

Sempre enfatizei que não me opus ao South Summit, esta parte eles pularam.

Sempre disse que “rodada de negócios podem e devem existir, mas que os investidores arquem com suas despesas, porque as filas nos hospitais continuam grandes”.

A própria RBS em seu Bom Dia falou da falta de procedimentos de cateterismo em São Leopoldo. Queriam “colocar a bomba no colo” da prefeitura petista, mas o Secretário mostrou que era um problema com o governo do Estado.

Fake news e verdade

De nada adianta falar de “fatos” X “fake news” se eles próprios publicam matérias que não passam de publicidade oficiosa.

É o fim do mundo

Pensar como eles querem que a gente pense é “o fim do mundo”. Ao apresentarem que a “primeira end-of-life startup” do Brasil é do RS e está no South Summit é demagogia. Em Boston (EUA) já havia.

Ora, ora… não é só o fim da vida, mas o fim do mundo. Pois, nada de novo no céu azul da Orla do Guaíba. Qualquer um faz um aplicativo, inventa um site, para registros do que o sujeito quer quando morrer, o que colocar na lápide, escolher uma frase, se quer doar o corpo para pesquisa ou simplesmente virar cinzas.

Me poupem.

Eventos paralelos

Não omite eventos paralelos e louvo o evento que houve no Araújo Vianna com palestrantes, com a CUFA, com escolas, com muitos jovens animados com o que fazem em seus locais de estudo e moradia.

Louvo a Procempa ter levado 20 alunos do Projeto Pescar. Mas lembro de que a Procempa “investiu” muito mais no evento.

Nem desconheço aquele Painel do IV Distrito no evento. Pelo contrário. Divulgo e louvo.

Louvo os servidores da PMPA que ajudaram nisso.

Ficar de fora: sim ou não!

Nunca propus ficar de fora, sabotar, dar uma de ludista, botando abaixo as ocas.

Pelo contrário!

Mas quem não for bancado ter que pagar 800 pilas para entrar, além de ter como chegar até o Cais, é algo impensável para a maioria; mesmo os mais interessados.

Temos que pensar a cidade para todos, para as pessoas, e vimos que a entrada era quase um Salário Mínimo!

Este não era um evento inclusivo, foi uma efeméride excludente, elitista, focada em marketing e negócios para um pequeno segmento da sociedade.

E a Inteligência Artificial?

A mesma mídia que me ataca por causa de UM artigo e algumas postagens, foi incapaz de debater o tema da I.A., exatamente quando explode a carta pedindo uma PARADA nas pesquisas sobre I.A.

Com minha parca inteligência do meu cérebro de estudioso, não rançoso, estou fazendo o que está ao meu alcance.

O silêncio de alguns

Que alguns ataquem, entendo… Que o Estado e a Prefeitura se calam sobre o que gastaram, entendo…

O que eu NÃO entendo é o silêncio de instituições que poderiam e deveriam falar.

O que conta é que Lula…

Decreto do governo federal garante isenção fiscal para semicondutores e inclui energia solar em benefício.

Lula reforça a prioridade dada pelo governo ao segmento de alta tecnologia, estratégico para a economia verde.


*Escritor, professor e bacharel em Direito.

Imagem em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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