Após especulações sobre a relação entre a operação da Polícia Federal contra facções que planejavam ataques a autoridades, entre elas o senador Sérgio Moro (União-PR), e a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista na terça-feira, 21, já desmentida pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, o jornalista Marcelo Auler produziu reportagem para o Brasil 247 com evidências sobre a ação.

O jornalista fez buscas no sistema da Justiça Federal e todos os passos relativos ao processo da operação foram registrados no sistema Eproc antes da referida entrevista de Lula. Tanto que, desde o dia 16 de março, seis dias antes da sua deflagração, as superintendências da Polícia Federal estavam com o efetivo de 120 policiais mobilizados para a Operação Sequaz, realizada na manhã dessa quarta-feira, 22.

“Os sete pedidos de prisões preventivas, quatro de prisões temporárias e 24 mandados de busca e apreensão foram levados à 9ª Vara Federal do Paraná em 13 de março e distribuídos à juíza substituta Sandra Regina, que prometeu apreciá-los até o dia 17, motivo pelo qual no dia 16 houve o recrutamento dos agentes já se prevendo a operação seis dias depois”, detalha a matéria.

Por motivos de férias da juíza responsável, houve a redistribuição do inquérito, que cai nas mãos da juíza Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara, que se comprometeu a apreciar os pedidos até o dia 21, mantendo a previsão de a operação ser realizada na data prevista.

Outra coincidência com a véspera da operação foi a posse do novo superintendente do Departamento de Polícia Federal no Paraná, o delegado Rivaldo Venâncio, porém a matéria também evidencia que ele já estava ocupando a função com parte de sua nova equipe desde o início de janeiro e participando ativamente dos preparativos da operação, informando detalhes à diretoria em Brasília.

A reportagem ainda esclarece que “na realidade, a Polícia Federal de Curitiba instaurou o inquérito que gerou toda a operação no dia 3 de fevereiro com informações colhidas em São Paulo que mostravam um ramo da organização criminosa atuando no Paraná”.

Foto: Divulgação Polícia Federal