De ELIS RADMANN*

Em 2024 tem eleição e você já parou para pensar nas características que deseja para o próximo prefeito(a) de sua cidade? 

Os pré-candidatos já estão preocupados em avaliar se o seu perfil corresponde à expectativa dos eleitores e as equipes do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião têm realizado pesquisas quantitativas e qualitativas sobre o tema, em diferentes cidades do RS.

A primeira coisa que um eleitor faz é reparar nos nomes de destaque de sua cidade, observar quem aparece mais, o que esta pessoa diz e quais são as suas raízes. O eleitor quer saber se o candidato terá condições de administrar a cidade, e essa avaliação ocorre pela reputação ou pela imagem que o candidato transmite. 

Como cada pessoa se comporta como um “juiz”, o primeiro crivo de julgamento está associado a três caraterísticas basilares: honestidade, experiência política e soluções para os problemas.

A honestidade sempre foi e continua sendo um grande atributo, valorizado por diferentes visões de mundo. Atualmente, 4 de cada 10 gaúchos utilizam este critério para sua avaliação preliminar, analisando a honestidade pela reputação da integridade pessoal do candidato. Hoje em dia, a primeira tarefa do eleitor é dar um Google. Para pesquisar colocam o nome do candidato junto com a palavra processo e “param para olhar” o que aparece. Veem a quantidade de processos, se tem denúncia da Câmara de Vereadores, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado ou processos pessoais. A leitura é superficial, leem o título dos links. Se há uma simpatia inicial pelo candidato, o eleitor vai abrir uma matéria ou entrevista e avaliar a defesa do candidato, caso contrário, a exclusão da lista de potenciais nomes é sumária, sem permitir o direito de defesa.

 A honestidade se torna uma característica ainda mais importante nas cidades onde há denúncias de corrupção ou onde houveram Prefeitos cassados. Há cidade em que o tema será mote de campanha.

Nesta eleição a experiência será levada em consideração. O que interessa dos currículos é a capacidade de gestão, que está associada à trajetória política do candidato, ao conhecimento que ele tem da cidade, sua formação e preparação e até mesmo pela experiência com a gestão pública ou privada, seja de uma empresa ou entidade. 

A terceira caraterística que fará parte do combo inicial de triagem do eleitor é a propositiva. Quais os projetos que o candidato possui para resolver os problemas crônicos da cidade, aqueles que permanecem de gestão a gestão? Como o eleitor quer um prefeito que saia da zona de conforto, tem a expectativa de que o candidato dos sonhos tenha novas ideias para a cidade e mostre possíveis avanços, especialmente na área de infraestrutura, saúde e educação.

Na percepção dos eleitores, as características seriam o meio para que o fim fosse alcançado. Não adianta um candidato ter as características desejadas e não ter conteúdo, não conhecer os problemas e não ter um bom programa de governo.

O candidato ideal é uma pessoa integra, conhece os problemas da cidade, sabe das dificuldades que a população passa e trabalha com afinco para construir soluções, levando em consideração a realidade e as potencialidades do seu município.

*Cientista social e política. Fundadora do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião. Conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) e Conselheira de Desburocratização e Empreendedorismo no Governo do Rio Grande do Sul. Coordenou a execução da pesquisa EPICOVID-19 no Estado.

Imagem em Pixabay.

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