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O cerco se fecha. PF prende Braga Neto, ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro

O cerco se fecha. PF prende Braga Neto, ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro

Justiça por RED
14/12/2024 09:48 • Atualizado em 14/12/2024 10:29
O cerco se fecha. PF prende Braga Neto, ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro

Da Redação, com informações d’O Globo, do Estadão, da Folha de São Paulo, do G1 e do Uol

A Polícia Federal prendeu na manhã deste sábado, 14, no Rio de Janeiro, o general Walter Braga Neto, por obstrução de justiça durante as investigação da tentativa de golpe para impedir a posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A prisão de Braga Neto foi autorizada pelo Ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF) e teve o aval do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet.

A Polícia Federal ainda faz buscas contra o coronel da reserva Flávio Peregrino, principal auxiliar de Braga Netto desde o governo Bolsonaro. O coronel Peregrino guardou o plano “Lula não sobe a rampa”, apreendido na sua mesa, na sede do Partido Liberal, na pasta denominada “memórias importantes”.

Hoje na reserva, Braga Neto foi ministro da Defesa e candidato a vice-Presidente da República na chapa de Jair Messias Bolsonaro, derrotada em 2022.

Braga Netto é tido como “figura central” da tentativa de golpe que envolvia o assassinato do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, além da prisão do ministro Alexandre de Moraes. Segundo a PF, ele teria aprovado e financiado o plano para matar Lula e Alckmin.

Braga Neto é um dos personagens mais mencionados no relatório de 884 páginas da Operação Contragolpe, sendo citado 98 vezes.

Braga Neto é o primeiro general de quatro estrelas preso na história do Brasil. Além dele, há mais três generais de quatro estrelas na mira da Polícia Federal: Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira.

Braga Netto pode ser condenado a pelo menos 30 anos de prisão. Ele é acusado por três crimes: tentativa de abolição do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou em depoimentos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à Polícia Federal, que o ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto, entregou dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, em embalagens de vinho. Braga Netto foi preso pela PF na manhã deste sábado e nega qualquer participação na trama golpista.

Em nota, a defesa de Braga Netto disse que “reitera que o cliente não tomou conhecimento de documento que tratou de suposto golpe e muito menos do planejamento para assassinar alguém. Dessa forma, o General não coordenou e não aprovou plano qualquer e nem forneceu recursos para tal”.

Por outro lado, o grupo jurídico Prerrogativas declarou em nota neste sábado (14) que a prisão do general Braga Netto “é um sinal bastante promissor para a democracia brasileira”.

Coordenador do grupo, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que é preciso monitorar os passos do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Precisamos reforçar a vigilância nos arredores da embaixada da Hungria”, afirmou, em referência ao fato de ele ter passado duas noites na missão diplomática no início do ano.

Foto da capa: Agência Reuters

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