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Opinião

O Brasil contemporâneo que surge da posse de Lula

O Brasil contemporâneo que surge da posse de Lula

Artigo por RED
04/01/2023 11:30 • Atualizado em 05/01/2023 19:03
O Brasil contemporâneo que surge da posse de Lula

De VITOR ORTIZ*

Atrevo-me a dizer que, neste último dia 1º de janeiro de 2023, Lula superou todos os ex-Presidentes da história do Brasil republicano. A posse ficou marcada pela gigantesca adesão popular e por uma simbologia que projeta os anseios da maioria dos brasileiros que desejam um país mais inclusivo, com democracia, com Estado presente na Saúde, na Educação, no apoio à Ciência e na Cultura.

Lula, neste seu terceiro mandato, tem a tarefa de estabelecer as bases de um Brasil contemporâneo. Ou seja, uma nação democrática, que se afirma na diversidade da sua gente, na sua cultura própria, nas múltiplas sabedorias advindas das lutas pela sobrevivência acumuladas pelos brasileiros e se torna independente moral, ética e civilizatoriamente.

A posse foi planejada sob medida para emocionar, reforçar laços já existentes e conquistar novos simpatizantes. A ideia de um Brasil novamente unido e em paz – que, segundo Lula, é o que o povo quer para poder trabalhar, é uma das mais importantes tarefas do primeiro ano de mandato.

Importante ressaltar que esta paz não será conquistada – como já deixou bem claro o novo Presidente em sua posse – com “anistia”. O povo gritou em alto e bom som na Praça dos Três Poderes e na Esplanada após Lula relatar as constatações escandalosas de abandono do Brasil praticadas pelo governo que já se foi, contudo deixando seus fantasmas: “ANISTIA, NÃO!” Aprendemos esta lição com a experiência do fim da ditadura. O autoritarismo precisa ser exorcizado.

Por fim, à guerra cultural vamos sobrepor a paz que o respeito aos diferentes nos proporciona no peito, e a liberdade criativa para que possa florescer o extraordinário potencial do povo brasileiro nesse universo da Cultura, um dos maiores ativos econômicos do país. Há muitos anos o Brasil deixou de ser estereotipado no exterior como o país do futebol e do carnaval. Somos sim Pelé, Carmem Miranda, Tom Jobim, Joãozinho 30. Mas somos, sobretudo, seu João e Dona Maria no forró, no frevo, no coco, na ciranda e na capoeira; Hip Hop bombando nas periferias com seus slams, perifas de onde vêm surgindo nossos melhores talentos em quase todas as artes nos últimos anos; a cultura sertaneja na música e na literatura; nossa religiosidade cultural.

Não foram poucas as vezes em que a imagem do Brasil no exterior – tão importante para os negócios – foi salva pela cultura rica, inovadora e diversificada produzida no país. Tá na hora de haver um grande reconhecimento nacional a este que foi um dos segmentos mais atingidos pelo governo que se foi embora e também pela recente onda mais grave da pandemia COVID.


*Historiador, Gestor e Produtor Cultural.

Imagem em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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