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NOVA COONLINE 48, COM JUCA KFOURI

NOVA COONLINE 48, COM JUCA KFOURI

Geral por RED
04/10/2024 15:00 • Atualizado em 04/10/2024 14:47
NOVA COONLINE 48, COM JUCA KFOURI

Por JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DA CUNHA*

Os jogos de apostas desenfreadas, os patrocínios aos clubes feitos por bets irregulares, que inclusive contaminam a mídia esportiva, mais a cartolagem corrupta, eis aí um coquetel perfeito para prejudicar o futebol brasileiro, na leitura do jornalista Juca Kfouri. Em uma rica conversa com o grupo virtual Nova Coonline, integrado por 25 jornalistas residentes em diferentes estados, o jornalista esportivo discorre também sobre o momento do jornalismo e a necessidade de regulação das mídias e das plataformas digitais.

Ácido crítico da influência das casas de apostas no esporte brasileiro, o jornalista disse lamentar que 100% dos programas esportivos e 80% dos jornalistas desta área são hoje patrocinados pelas bets. Ele questiona, sem rodeios: “O Galvão Bueno precisa ser garoto propaganda de casa de apostas? O Renato Portalupi precisa ser garoto propaganda de casa de postas? Não percebem o quanto isso põe em risco a credibilidade deles?” Kfouri considera o descontrole das casas de apostas uma verdadeira farra de boi, mas não acredita que vá continuar por muito tempo. O problema maior, salienta, “é a manipulação de resultados, o que não está acontecendo só no futebol”.

Colunista do UOL e da Folha de S. Paulo, Kfouri disse lamentar que, com a expulsão nos estádios dos excluídos, “não temos mais torcedores, temos clientes, e o marketing dos clubes se orgulha muito disso”. Para ele, é necessário mudar o modelo de negócio adotado pelos clubes em geral, pois “não sabem tratar, usufruir desta paixão dos torcedores e transformá-la em recursos financeiros”.

Kfouri também conversou sobre a regulamentação das mídias, debate que considera estar em um estágio muito equivocado no Brasil, a ponto de classificá-lo como uma discussão absurda. “Hoje as grandes empresas de jornalismo precisam de regulação, senão o Google come pela perna, o Facebook come pela perna, o Musk come pela perna. Então, trata-se agora de uma defesa nacional, quando antes isso era considerado censura. E, no seu entender, esta regulação da mídia deve ser feita pela sociedade, não pelo governo, “pois a sociedade tem o direito de ter uma defesa contra a mentira”.

Em certo momento do encontro, o profissional comenta porque não quer atuar na política e explica por que abriu mão de fazer as biografias de Pelé e do Dr. Sócrates. No enceramento da conversa com o grupo de jornalistas de origem gaúcha, Juca Kfouri fez questão de homenagear profissionais oriundos do Rio Grande do Sul “que fazem parte da minha vida”. Entre eles, citou Divino Fonseca, J. B. Scalco, Ruy Carlos Ostermann, João Saldanha, Luis Fernando Verissino, Paulo Santana e Jorge Escosteguy.

Foto: Imagem de arquivo pessoal

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