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Múcio, o quinta coluna

Múcio, o quinta coluna

Politica por RED
11/10/2024 18:00 • Atualizado em 11/10/2024 14:20
Múcio, o quinta coluna

Por FRANCISCO CELSO CALMON*

O ministro Múcio, representante das forças armadas no governo, credita o golpe de 64 aos militares, assim como credita a eles o impedimento da intentona de 8 de janeiro ter realizado o seu intento.

vídeo da fala do ministro:

Transcrição do vídeo: “Porque se muita gente debita as Forças Armadas o Golpe de 64, precisava ter creditado as Forças Armadas de não ter havido o golpe em 2023. Foram as Forças Armadas que preservaram e seguraram a nossa democracia.”

Ou seja: Múcio coloca a democracia sob dependência das FFAA, seja para golpeá-la, seja para sua sobrevivência. (lembrar que o comandante da Marinha quis dar o golpe).

Sua interpretação dos fatos é um ridículo sofisma. Ele é um negacionista da história.

O golpe de 8 de janeiro de 2023 não se concretizou porque Lula não seguiu a sugestão dele de usar a GLO – Garantia da Lei e da Ordem, passando, na prática, aos militares o comando da nação. Se decretasse o GLO o golpe seria legal, era isso que eles esperavam para aderir.

Diriam “o governo não tem condições de dar segurança ao povo, as forças armadas assumem essa atribuição e convocam nova eleição”, sabe-se lá para quando.

Lula não embarcou nessa porque sua esposa, Janja, alertou que GLO era golpe.

Esse ministro é golpista, bolsonarista, nunca foi um representante do governo junto às três armas.

Onde já se viu adjetivar outros ministérios como ideológicos (de esquerda)!?

As relações comerciais e políticas externas não cabe ao ministro da defesa.

É o Itamarati, e em última instância à presidência da República, que orienta e decide relações com outros países.

Lula já cedeu demais, não esquecemos do acordo que fez para que os 60 anos do golpe não fosse rememorado, com censura prévia aos seus subordinados e militantes lulistas.

Múcio vive engabelando o Presidente, com falsidades e sutis chantagens.

O que cabe ao M. da Defesa é fazer com que os militares cumpram as ordens emanadas do comandante-em-chefe de todas as armas, o Presidente da República.

A causa maior disso tudo tem sido a benevolência e a morosidade da Justiça quanto a denúncia pela PGR do Bolsonaro.

Por ínfimos delitos, como injúria, calúnia, difamação, ao ministro Alexandre de Mores, tem gente presa e condenada.

Lula está cercado por fora e minado por dentro, e ainda não elaborou uma estratégia para romper e governar conforme suas promessas e compromissos eleitorais.

Só há um caminho e força capaz de se contrapor a esse cerco e minação, o povo organizado e uma reforma urgente do seu ministério.

Frouxidão, tibieza e boas maneiras com inimigos da democracia não surte efeito. Ao contrário, os fortalece.

Porque os golpistas elegeram o Xandão como o inimigo principal, por causa de sua firmeza.

A democracia não pode depender de um ministro da Corte Suprema!

Esse cronograma político de esperar as eleições municipais e as dos EUA para indiciar e prender o Bolsonaro está errado, quanto mais demorar, mais eles afiam as garras golpistas.

*Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Foi líder estudantil no ES e Rio de Janeiro. Participou da resistência armada à ditadura militar, sendo sequestrado e torturado. Formado em análise de sistemas, advocacia e administração de empresas. Foi gestor de empresas pública, privada e estatal. Membro da Frente Brasil Popular. Autor dos livros “Sequestro moral e o PT com isso?” e “Combates pela Democracia”, coautor dos Livros “Resistência ao Golpe de 2016” e “Uma sentença anunciada – O Processo Lula”. Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Articulista de jornais e livros, coordenador do canal Pororoca.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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