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Melo e as casas de bomba
Melo e as casas de bomba
Por Gusttavo Arossi*
Já nem bem iniciamos 2025 e Porto Alegre sofre com alagamentos. Tais inundações são de tal tamanho que afetaram a linha do Trensurb, causando transtorno imenso à massa de usuários que necessitam de um meio de transporte digno. Pelo que se lê na imprensa, haverá disponibilidade de ônibus para a conclusão do trajeto até o centro da capital dos gaúchos. Cumpre destacar que a aguaça causou transtornos em pelo menos cinco bairros: Centro Histórico, Cidade Baixa, Bom Fim, Floresta e 4º Distrito. No dia 1º de janeiro, a posse do prefeito reeleito e dos demais secretários teve de ser transferida pois o sistema de energia elétrica da Usina do Gasômetro não funcionava. Em recente entrevista a um meio de comunicação, o alcaide de Porto Alegre afirmou que não haveria possibilidade de impedir futuros enxurros.
Deitados os fatos, temos questionamentos que precisam ser feitos: desde maio – maior enchente dos últimos anos –, não tiveram tempo para a devida prevenção? Importante deixarmos claro que a bátega do primeiro dia de 2025 nem de perto assemelhou-se com a tragédia do ano passado! De lá para até o presente momento, o que realmente foi feito para mitigar os problemas advindos do céu? Será que o cidadão da querida Porto Alegre a cada pingo d’água terá de viver com este novo normal? O que se aprendeu desde a fatídica catástrofe ambiental que deixou nada mais nada menos que pelo menos quatro meses o Rio Grande do Sul sem o maior aeroporto comercial? Perguntas, perguntas e mais perguntas… Respostas?
Não bastasse o malogrado arrazoado acima, da garganta do prefeito reeleito sai a máxima de que todos têm liberdade de defender e pronunciar-se favorável a uma ditadura. Constituição Federal de 1988, artigo 5º, parágrafo IV: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Esse é o artigo que, para muitas pessoas, resume o direito à liberdade de expressão, um conceito que tem sido muito debatido na sociedade brasileira nos últimos anos. Liberdade, no meu julgar, sabe bem quando exercida em favor à vida! Toda ditadura, seja de esquerda ou de direita não tem outro fito que provocar mal à sociedade. Quantas vidas já foram tolhidas em nome de “ditaduras”? Por derradeiro, esperamos que Melo – em sua plena liberdade que lhe é conferida via Carta Magna – refaça seu pensamento acerca das “ditaduras” e pense mais nas casas de bombas d´água de Porto Alegre. Em efeito, as únicas “bombas” que nos interessam no momento são as que evitam e interrompam as vias da nossa mui amada “Porto de Viamão”, como foi chamada a capital gaúcha pela primeira vez.
*Gusttavo Arossi é professor de Filosofia e Secretário de Educação de Anta Gorda.
Foto de capa:Giulian Serafim/PMPA
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