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Opinião

Mãos à Obra!!!

Mãos à Obra!!!

Artigo por RED
04/10/2022 17:21 • Atualizado em 04/10/2022 23:05
Mãos à Obra!!!

De RUI OPPERMANN*

Muitos de nós, que votamos no LULA, fechamos com o movimento de vitória no primeiro turno. Nossa mobilização e uma interpretação otimista dos resultados das pesquisas davam conta de que seria possível esse feito até agora inédito na história das eleições presidenciais pós Constituição de 1988. As únicas vezes em que isso aconteceu foi quando não havia um presidente concorrendo, como foi em 1994 com o FHC surfando na onda do real, como ministro do Itamar Franco. FHC venceu logo no primeiro turno. Já na segunda vez em que não houve dois turnos foi na reeleição do FHC em 1998. Desde então, todas as eleições foram disputadas em dois turnos. Importante registrar que agora em 2022, é a primeira vez que um presidente candidato à reeleição perde no primeiro turno. Lula em 2006 e Dilma em 2014 concorreram à reeleição estando à frente de Alckmin e Serra. Em 2006, no primeiro turno Lula fez 46.6% dos votos e Alckmin 39,9%. Em 2014 Dilma fez 41,6% e Aécio 33,5%. Importante observar que até agora quem chegou à frente no primeiro turno ganhou no segundo turno. Portanto, o desalento de hoje, por não termos alcançado a vitória no primeiro turno, precisa ser superado pela perspectiva de que com a vitória no primeiro turno temos a oportunidade real de vencermos no segundo turno.

Cada eleição é uma eleição e os cenários são muito diversos, mas o fato é que Lula venceu Bolsonaro no primeiro turno. Vencer um presidente candidato à reeleição não é algo trivial, ainda mais nas circunstâncias atuais. Nunca antes na história do Brasil se utilizou da máquina pública, de um orçamento secreto, de agendas conservadoras e um discurso moralista alardeando riscos totalmente falsos como é a questão religiosa, ideológica e política. Convenhamos, o resultado do primeiro turno é uma imensa superação da situação de 2018. A repulsa às posturas negacionistas, misóginas, moralistas, a pregação do ódio e os contínuos ataques à democracias uniu segmentos da sociedade preocupados com a institucionalidade do País. O desemprego, a fome, o custo de vida, o meio ambiente são temas que unem diferentes campos políticos em um inédito movimento de reconhecimento que para além das diferenças há a necessidade de garantir o retorno do diálogo entre os poderes, da democracia e do respeito à diversidade.

Isso, contudo, não é o suficiente, precisamos ampliar a base de apoio entre os eleitores, sejam aqueles que votaram em outros candidatos, sejam aqueles que não votaram. Para tanto precisamos renovar nossa mobilização com propostas concretas para o futuro de cada um. Se o passado nos avaliza é o futuro que nos desafia e para tal é preciso um trabalho de todos os campos democráticos do País.

Essa é a hora de um Comitê Suprapartidário em defesa da democracia, trabalhar nas nossas redes sociais, aproveitar a organização de iniciativas como é o caso da RED. Precisamos ampliar a mobilização aproveitando as estruturas dos partidos políticos, associações e representações das diferentes comunidades.

Vencemos a primeira etapa de forma inédita e agora vamos garantir a vitória final no segundo turno.

*Ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

Imagem em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

 

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