Opinião
Livros – motivos para ânimos?
Livros – motivos para ânimos?
De ADELI SELL*
VENDAS E LEITURAS
Em 2021, as vendas de livros no país chegaram a 55 milhões de unidades — um aumento de 30% em relação a 2020.
Será que o Sindicato Nacional do Livro capta tudo o que se vende? E quem vende? Haveria dados de venda de livros em sebos? Tem controle sobre pequenas editoras que rodam diretamente para o autor?
Não temos uma Feira como a de Frankfurt que reúne quase 300 mil pessoas a cada ano. Mas a mídia deu que a Bienal do Livro em São Paulo proporcionou “1500 horas de programação multicultural e incontáveis leitores apaixonados que os 65 mil metros² do Expo Center Norte ficaram pequenos para tanto amor”.
A quase septuagenária Feira do Livro de Porto Alegre em 2021 com metade de suas tracionais bancas vendeu 15% a mais.
Temos feiras de livros pelo país afora. Festivais de Literatura, como a 20ª edição deste ano da FLIP de Paraty e desde 1981, as Jornadas Literárias de Passo Fundo tem um papel significativo na formação de leitores.
Como muitas escolas não tem bibliotecas abertas e com acervo atualizado, não se pode ter uma ideia de quantos livros são lidos nestas instituições.
Em Porto Alegre temos uma dezena de bibliotecas comunitárias, além da Biblioteca Josué Guimarães que tem feito trocas de livros exitosas. Nossa Biblioteca Pública Estadual que festejou neste ano 100 anos de sua sede atual, toda ela pintada externamente, com recuperações de pinturas internas tem feito muitos eventos.
Temos também associações de escritores, como a AGEs – Associação Gaúcha de Escritores, Academia Rio-grandense de Letras, outras associações incluindo grupos regionais e municipais.
Além do aspecto associativo temos publicações como Literatura RS, Parênteses, Paranhana Literário etc.
NOVAS FEIRAS E SARAUS
De alguns tempos para cá já está se tornando um hábito encontros, saraus em livrarias, cafés e bares. Também feiras variadas que extrapolam os espaços tradicionais.
Agora, em Porto Alegre, depois de alguns lançamentos no icônico Chalé da Praça XV, já vamos para a III Feira do Livro do Chalé da Praça XV.
Na Câmara Municipal, na Assembleia Legislativa e no Congresso temos Frentes Parlamentares pela Leitura, sempre na busca de ampliar o cenário da leitura, em especial para aqueles que ainda não tem acesso à leitura.
Também há movimentos de troca-troca de livros como se faz há alguns anos aos sábado na Escadaria da Rua 24 de maio, tocada pela presidente da Associação local, Eva Marlete.
Na primeira Praça de Porto Alegre – Brigadeiro Sampaio – já houve leituras de poemas dos Poetas Provincianos que ali se reuniam no início do século XX, organizados a partir da prefeita da praça, Marivane.
Há uma tentativa de utilizar o segundo piso do Mercado Público, agora recuperado, para atividades na área cultural, em especial do livro.
COMO SERÁ A PRÓXIMA FEIRA DO LIVRO EM PORTO ALEGRE?
A bem da verdade o atual governo local não cobrou pelo uso da praça como queria o anterior, mas deixou muito a desejar, apesar das ações da coordenação do livro.
A Câmara Municipal depois de muita pressão liberou um escasso recurso. Enquanto isso um vereador local e uma deputada federal conseguiram uma colaboração substantiva.
A mídia local já foi mais generosa ao tratar de nossa tradicional Feira.
Os editores, os livreiros, os leitores querem ver sua Feira, seus eventos nas mídias independentes, já que pouco espera da mídia tradicional.
*Escritor, professor e bacharel em Direito.
Imagem em Pixabay.
As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.
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