De ALEXANDRE CRUZ*

Julian Assange é um jornalista australiano conhecido por fundar o site de vazamento de informações WikiLeaks em 2006. Ele ganhou notoriedade internacional por publicar documentos confidenciais e vazar informações de governos, empresas e organizações.

E, por fazer isso, sua vida foi destruída. Utilizaram a estratégia da lawfare contra Julian Assange por exercer sua atividade jornalística. Ele foi preso por praticar jornalismo. Julian Assange foi submetido a um tratamento degradante por levar adiante seu trabalho jornalístico. Alguns colegas jornalistas proferiram insultos a Julian Assange por realizar jornalismo, enquanto eles próprios não o fazem, demonstrando um jornalismo complacente com o poder. Rotularam Julian Assange de ativista, mas o que ele publicava eram temas incômodos para o poder. Sua detenção envia uma mensagem forte aos jornalistas: queremos que vocês sejam submissos. Queremos que sejam cães de guarda do sistema.

Graças a Assange, jornais como El País, Le Monde, The Guardian, e New York Times puderam oferecer aos seus leitores informações sobre abusos contra a população civil e crimes de guerra no Afeganistão e Iraque. Embora as comparações sejam delicadas, é impossível ignorar o tratamento dado a Julian Assange e não lembrar a forma como o ditador Augusto Pinochet foi tratado quando foi detido no Reino Unido. Julian está detido no mesmo país. Na época, Pinochet, que tinha as mãos sujas de sangue e era responsável por torturar e matar milhares de chilenos e cidadãos de outras nacionalidades, contou com o apoio de George Bush pai e Margaret Thatcher, e Tony Blair concedeu liberdade ao ditador.

Julian Assange, ao contrário, não tirou nenhuma vida, apenas exerceu seu trabalho jornalístico. Seguindo esse exemplo, a RED é um veículo de comunicação que pratica jornalismo em suas matérias e artigos, assim como outros veículos independentes, abordando questões nem sempre encontradas na mídia tradicional.

Liberdade a Julian Assange!

*Jornalista.

Imagem em Pixabay.

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