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Junho foi um mês de péssimas notícias para as esquerdas
Junho foi um mês de péssimas notícias para as esquerdas
Por Moisés Mendes*
Junho chega ao fim com notícias ruins para a democracia e para as esquerdas. A extrema direita vence as eleições parlamentares na França, o que significa o fortalecimento da autoestima do fascismo em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Os democratas não conseguem se livrar de Joe Biden para escolher outro candidato e enfrentar Donald Trump em igualdade de condições, mesmo que Biden seja incapaz de atravessar a rua sozinho.
Depois da tentativa de golpe, o que prevalece na política boliviana é o racha no MAS (Movimento ao Socialismo) com a guerra entre Evo Morales e Luis Arce, com acusações que usam o mesmo padrão da linguagem da extrema direita.
Na Argentina, apesar de desmoralizar os governadores e arrochar as províncias, de mandar prender manifestantes, de humilhar o Congresso e de aumentar pobreza e miséria, Javier Milei ainda tem o apoio de quase metade da população.
No Brasil, a extrema direita impune fortalece a certeza de que não será alcançada pelo sistema de Justiça, enquanto o ativismo bolsonarista volta a atuar com força nas redes sociais e no Congresso.
Uma das poucas notícias boas de junho foi a eleição de Claudia Sheinbaum no México. Por perto, a única notícia favorável às esquerdas é a de que a Frente Ampla de José Mujica pode voltar ao poder no Uruguai.
As prévias dos partidos para a eleição de 27 de outubro foram realizadas nesse domingo, e dois candidatos disputavam a preferência na Frente, Yamandú Orsi, ex-prefeito de Canelones, e Carolina Cosse, prefeita de Montevidéu.
É um consolo, mas é o que nos resta. Torcer para que as esquerdas voltem a governar o Uruguai, enquanto o centro desaparece no mundo todo. E sem o centro não há democracia.
*Jornalista
Ilustração: Sinal Center – Pinterest
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