Após mais um ato de racismo contra o jogador brasileiro do Real Madrid Vinícius Jr., também conhecido pelo apelido de Vini Jr., o governo federal se pronunciou repudiando o crime e anunciou que irá convocar a embaixadora da Espanha, Mar Fernández-Palacios, para discutir o caso. As ofensas racistas foram proferidas ao jogador no domingo, 21, por torcedores do Valencia durante jogo pela La Liga, primeira divisão do campeonato espanhol.

Em nota, o governo lamentou que não foram tomadas providências para evitar a repetição dos casos e nomeou a Federação Internacional de Futebol, a Fifa e a La Liga para tomarem as providências necessárias. O documento foi assinado pelos ministérios do Esporte, da Igualdade Racial, da Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Humanos e Cidadania.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou sobre o ocorrido, ainda na noite de domingo, durante entrevista coletiva em Hiroshima, no Japão. “É importante que a Fifa e a liga espanhola tomem sérias providências, porque nós não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dos estádios de futebol”, declarou o presidente.

Lula também se manifestou nas redes sociais:

Queria fazer um gesto de solidariedade ao @vinijr, um jovem que certamente é o melhor jogador do Real Madrid, e que sofre repetidas ofensas. Espero que a Fifa e outras entidades tomem providências, para não deixar que o racismo tome conta do futebol.

— Lula (@LulaOficial) May 21, 2023

Manifestação do jogador e outros episódios

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga”, escreveu Vini Jr. em suas redes sociais após o episódio de racismo ocorrido no domingo, 21.

Antes, durante e depois do jogo contra o Valencia, a torcida cantou músicas racistas, chamando o jogador de “macaco”. Vini Jr. avisou o árbitro do jogo sobre o que estava acontecendo e o sistema de som do estádio pediu que torcida parasse com os gritos racistas.

Segundo a BBC, este foi o décimo caso de racismo denunciado por Vini Jr. em jogos da liga espanhola. Um aconteceu em 2021, três em 2022 e seis neste ano.

Além de ter que repudiar o racismo, o jogador brasileiro ainda precisou rebater o presidente da La Liga, Javier Tebas Medrano, que afirmou que Vini Jr. não podia criticar a organização do campeonato.

Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar.

Por mais que você fale e finja não ler, a imagem do seu campeonato está abalada. Veja as respostas do seus posts e tenha uma surpresa…

Omitir-se só faz com que você se… https://t.co/RGO9AZ24IA

— Vini Jr. (@vinijr) May 21, 2023

Acordo bilateral

No dia 09 de maio, Brasil e Espanha assinaram um acordo bilateral que prevê ações de combate aos casos de racismo e de xenofobia em diversos ambientes, entre eles o esporte.

O documento cita a necessidade de reconhecer a subnotificação de atos de discriminação racial e de crimes de ódio, além de ampliar a assistência jurídica. Até hoje, o racismo não é crime tipificado no Código Penal da Espanha. De acordo com o UOL, ele entra como “delito de ódio” e somente depois pode ser definido como “motivos racistas”.

Com informações do g1.

Foto: Reprodução/Twitter

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