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Global Times chinês trata com entusiasmo a visita de Lula ao país

Global Times chinês trata com entusiasmo a visita de Lula ao país

Internacional por RED
13/04/2023 15:12
Global Times chinês trata com entusiasmo a visita de Lula ao país

Matéria no jornal Global Times chinês informa acerca das expectativas de cooperação entre a china e o brasil em diversas áreas, como a espacial (lançamento do 6° satélite brasileiro), desenvolvimento em microeletrônica, tecnologia 6g, investimentos industriais (fala-se em indústrias de “chips” e de veículos elétricos), iniciativa cinturão e rota, realização das trocas comerciais em Yuans (dispensando o dólar), fortalecimento do Brics+ (20 novos países desejam integrar-se a ele) e a união de forças para promover a paz na ucrânia e no mundo.

Trata-se, realmente, de uma agenda de duas grandes nações, que lutam por um mundo multipolar, sem hegemonismos ou imposição da vontade de uns sobre os outros!

Este é o comentário do economista Paulo Timm sobre a matéria publicada na última terça-feira, 11, no Global Times, que segue abaixo em tradução eletrônica: 

Presidente Lula inicia visita altamente esperada à China

PorLiu Xine Liu Yang
Publicado: 11 de abril de 2023 15h12

Em meio a uma movimentada agenda diplomática de primavera, a China receberá outro velho amigo – o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que fará uma visita de Estado à China de quarta a sábado.

A visita de Lula carrega a grande expectativa de que China e Brasil, ambos países em desenvolvimento e economias emergentes, darão início a uma nova era nas relações bilaterais e injetarão um impulso positivo no mundo, disseram observadores.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse na coletiva de imprensa de rotina de terça-feira que o fato de o presidente Lula da Silva liderar uma grande delegação à China em sua visita de estado logo após sua recuperação mostra a grande importância que ambos os lados atribuem a esta visita e nossas relações bilaterais .

A China está pronta para trabalhar em conjunto com o lado brasileiro e aproveitar esta visita como uma oportunidade para atualizar nossa cooperação amigável e mutuamente benéfica em vários setores e trazer mais energia positiva para a solidariedade, cooperação e resposta conjunta dos países em desenvolvimento aos desafios globais, disse o porta-voz.

Lula estava programado para chegar a Xangai na terça-feira e depois seguir para Pequim para se reunir com líderes chineses. A visita de quatro dias foi remarcada depois que o plano anterior foi adiado porque Lula foi diagnosticado com gripe e pneumonia, segundo o governo brasileiro.

Esta é a quinta visita de Lula à China e a primeira fora do hemisfério ocidental em seu terceiro mandato, a partir de janeiro de 2023.

Lula, como líder de esquerda, atribuiu grande importância às relações China-Brasil, pois durante seu mandato anterior, a cooperação comercial e econômica, bem como as trocas entre pessoas, tiveram resultados frutíferos, disseram analistas, expressando alta expectativa de atualização relações públicas durante a visita de Lula.

A delegação brasileira à China, em tamanho e composição, é diferente da que vai com Lula aos Estados Unidos em fevereiro. Além de ministros, autoridades e empresários, muitos parlamentares da oposição também participaram da visita, destacando que aumentar a amizade com a China tornou-se um consenso interpartidário, disse Wang Youming, diretor do Instituto de Países em Desenvolvimento do Instituto de Estudos Internacionais da China em Pequim, disse o Global Times na terça-feira.

Lula visitou os EUA e se encontrou com o presidente dos EUA, Joe Biden, em fevereiro, onde a delegação brasileira ficou desapontada com a ajuda insuficiente dos EUA para combater o desmatamento na Amazônia e sua falta de entusiasmo com a oferta de Lula para ajudar a intermediar a paz entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com o Guardian. relatório em março.

Estreitamento

A comitiva original que acompanharia Lula era composta por 240 representantes de ministros de diversos setores, governadores, senadores e parlamentares. Depois que o presidente adiou a visita, algumas empresas viajaram para a China com antecedência.

Espera-se que a visita de Lula leve as relações bilaterais a um novo patamar, com grande possibilidade de os dois lados assinarem uma série de documentos de cooperação em comércio e investimento, finanças, infraestrutura e também na Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, Sun Yanfeng, pesquisador do Instituto de Estudos Latino-Americanos dos Institutos de Relações Internacionais Contemporâneas da China, disse ao Global Times na terça-feira.

A previsão é de que cerca de 20 acordos bilaterais sejam assinados durante a visita de Lula. Uma delas é para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites que vem sendo construídos juntos por Brasil e China, segundo o governo brasileiro.

A cooperação agrícola deve ser outro foco da viagem de Lula. O Brasil tem produtos agrícolas ricos, incluindo soja e carne bovina, que são muito procurados no mercado chinês, disse Zhou Zhiwei, especialista em estudos latino-americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times na terça-feira.

A tecnologia avançada da China em 6G e semicondutores também ajudará o Brasil a alcançar uma nova rodada de industrialização e trazer um novo impulso à cooperação bilateral, disse Zhou, que também viu a cooperação no âmbito da BRI como um destaque .

Zhou observou que o acordo de compensação de yuans entre a China e o Brasil também será um foco durante a visita. Tal movimento promoverá ainda mais os laços econômicos bilaterais, reduzindo os custos comerciais e aumentando a resiliência à turbulência do mercado financeiro internacional, já que as políticas monetárias em alguns países desenvolvidos estão cada vez mais politizadas.

Como membros dos BRICS, China e Brasil, por meio do desenvolvimento de laços econômicos, promoverão a integração dentro dos BRICS e também impulsionarão a recuperação econômica global, disseram analistas.

Unidade dos países em desenvolvimento

Os dois países têm perspectivas de cooperação em assuntos internacionais, especialmente na defesa e promoção do multilateralismo, pois ambos esperam acelerar as reformas nas instituições internacionais para adequá-las melhor às atuais conjunturas globais e aos interesses dos países em desenvolvimento, disseram analistas.

A crise na Ucrânia deve estar na agenda de Lula. O Financial Times informou em 24 de março que Lula proporá um “clube da paz” com a China para mediar o fim do conflito quando visitar a China.

Lula expressou esperança de intermediar o conflito Rússia-Ucrânia, e sua visão de desacelerar o conflito em vez de atiçar as chamas é semelhante à posição da China, disse Wang Youming. A comunidade internacional está interessada em saber que tipo de abordagem os dois principais países em desenvolvimento dos hemisférios oriental e ocidental podem adotar para facilitar a governança global e mediar conflitos geopolíticos, disse Wang.

No entanto, essa unidade dos países em desenvolvimento não é o que os EUA querem ver, disseram analistas ao alertar para a necessidade de se manter vigilante à tentativa dos EUA de semear discórdias.

A China e o Brasil, como verdadeiros defensores do multilateralismo, esperam resolver disputas e conflitos por meio de negociações pacíficas, e sua cooperação injetará positividade na estabilidade global, disse Sun Yanfeng, do China Institutes of Contemporary International Relations.


Foto: Ricardo Stuckert/PR.

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