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Fraport – Capitalismo Amoral, Selvagem e Desonesto

Fraport – Capitalismo Amoral, Selvagem e Desonesto

Artigo por RED
15/06/2024 22:34 • Atualizado em 16/06/2024 12:12
Fraport – Capitalismo Amoral, Selvagem e Desonesto

Por Adeli Sell*

É muito pouco dizer que a empresa concessionária do Aeroporto Salgado Filho é parte do capitalismo amoral, selvagem e desonesto.

Quando leio que “acionistas cobram explicações da Fraport antes de ‘socializar custos’ é um de uma violência contra o povo do Rio Grande do Sul sem limites.

Estive na entrada do Salgado Filho para expressar nas redes sociais a minha indignação, como a do povo rio-grandense. Não só contra esta postura bárbara da direção da Fraport como de seus acionistas, entre eles o Estado de Hesse com 31% das ações e 20% da holding de serviços públicos de Frankfurt, casualmente a capital daquele estado alemão.

Também expressei minha revolta contra as atitudes dos arrozeiros gaúchos que sabiam que os moradores do Sarandi e do Humaitá estavam debaixo d ‘ água; porém, optaram por “ajudar a bombear água do aeroporto”: atitude amoral ao extremo.

Há uma palavra em nossa língua que bem descreve esta gente: escumalha! E que este adjetivo se espraie pelo Rio Grande do Sul afora.

Fala-se em “reabrir” o aeroporto na segunda quinzena. A direção diz que o “aeroporto não é seu”, que é do governo brasileiro, que em Frankfurt – um dos maiores do mundo – é deles.

O primeiro jogo deles é que além dos 25 anos de concessão querem mais 20 anos. Ou seja, ficar lucrando 45 anos de um aeroporto que foi construído por recursos nossos.

A Fraport sabia da situação geológica do aeroporto, está no contrato. Ou seja, ela declarou por escrito que tinha ciência dos riscos de força maior.

Ela tem uma apólice milionária de seguros. Ou seja, tem seguro! Neste tem os elementos de casos fortuitos e força maior. Na apólice tem escrito quatro vezes a palavra “enchente”.

Lênin escreveu o clássico: “Imperialismo, estágio superior do capitalismo”. Muito se gastou de tinta e tempo discutindo o seu conceito, o capitalismo malévolo internacionalizado. Mas ele não tinha bola de cristal para adivinhar que Stálin mataria seus camaradas, inauguraria um Estado totalitário, que Hitler mataria seis milhões de judeus, que haveria mais uma Guerra Mundial, que teríamos uma respirada com o Estado de bem-estar social e aí, o terror, mais uma vez do neoliberalismo, uma espécie de imperialismo recauchutado, bem pior do que Lênin poderia imaginar. Eis a questão!

Por isso, ou nós nos levantamos, gritamos aos quatro ventos que são “feios, sujos e malvados”, ou melhor, escumalha da sociedade capitalista amoral, selvagem e desonesta! ou seremos massacrados pela voracidade do Capital e pelos efeitos climáticos do aquecimento global, que eles proporcionam com sua ganância.

Eis a questão: aceitar ou repudiar.

Olhar ou lutar.

Só há uma solução: LUTAR!

*Professor, escritor, bacharel em Direito e vereador do PT em Porto Alegre

Foto: Porto Alegre (RS), 25/05/2024 – Aeroporto Salgado Filho (POA) alagado pelas enchentes que atinge o estado: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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