?>

Curtas

Feminicídio é a ponta do iceberg: mulheres sofrem outras violências antes de serem mortas

Feminicídio é a ponta do iceberg: mulheres sofrem outras violências antes de serem mortas

Espaço Plural por RED
27/07/2023 15:40 • Atualizado em 11/08/2023 09:22
Feminicídio é a ponta do iceberg: mulheres sofrem outras violências antes de serem mortas

O Brasil bateu recorde de feminicídios em 2022 segundo levantamento feito pelo g1. Foram 1,4 mil assassinatos apenas pelo fato de serem mulheres, em média uma morte a cada 6 horas. O número é 5% maior do que o registrado em 2021. No Rio Grande do Sul, foram registrados 4,7 casos em cada 100 mil habitantes no ano passado.

Em entrevista ao Espaço Plural desta quinta-feira, 27, promotora de Justiça e Coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Ivana Battaglin, ressaltou a existência dos tipos de violência contra mulher que se aparecem em pequenas ações que não devem ser ignoradas, como ciúme patológico, ofensas e controle das ações e do dinheiro.

“O feminicídio é a ponta do iceberg. Nenhum homem de uma hora para outra tem um acesso de loucura momentânea e passa a agredir fisicamente a sua companheira, namorada, esposa ou mesmo venha a matá-la sem que antes não tenha acontecido outras espécies de violência. Por isso que é tão importante que as mulheres consigam identificar aquelas microviolências cotidianas que quando se tornam repetitivas, elas demostram a violência psicológica, a violência moral, a violência patrimonial também”.

A delegada da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher no Rio Grande do Sul, Cristiane Ramos, destacou que o feminicídio é atravessado por questões socioculturais, não sendo apenas um problema de segurança pública em comparação com outros crimes. E lembrou que uma forma de combate é a medida protetiva, cuja concessão aumentou 84% nos últimos sete anos no estado. Só no primeiro semestre de 2023, 83.206 medidas foram concedidas.

“A grande maioria dessas mulheres que são mortas não conseguiram quebrar esse ciclo de violência e permaneceram nele até que a gente chegasse ao evento letal. E os números da própria segurança pública confirmam isso. Na medida em que a maioria dessas mulheres nunca registrou uma ocorrência policial, não tem medida protetiva, quase 90% dessas mulheres não tinham uma medida protetiva válida ao tempo que foram mortas. A leitura oposta que a gente pode fazer é que a medida protetiva salva vidas”, afirmou a delegada.

Assista ao programa completo:

O programa Espaço Plural vai ao ar no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha.


Foto: Mídia Ninja.

Para receber os boletins e notícias direto no seu Whatsapp, adicione o número da Rede Estação Democracia por este link aqui e mande um alô.

Toque novamente para sair.