“Eu estou recebendo o auxilio, mas se eu tivesse um emprego eu podia fazer uma reforma na minha casa”, afirma.
O estudo trabalha com as linhas para pobreza e extrema pobreza definidas pelo Banco Mundial. Em valores mensais de 2021, a linha de pobreza é de aproximadamente R$ 465 per capita e a linha de extrema pobreza é de aproximadamente R$ 160 per capita.
Os pesquisadores destacam que as dificuldades para o desenvolvimento das crianças, leva a outras consequências que afetarão toda a sociedade.
“Se eu tenho crianças pobres com dificuldade de acesso a alimentação, às condições mais básicas para que elas se desenvolvam, eu comprometo produtividade. A gente já sabe que crianças que passam por essas condições acabam se transformando em adultos que têm mais dificuldades em inserção em mercado de trabalho, em formação e em capacitação de uma forma geral”, afirma o economista Ely Mattos, que integra o grupo de pesquisadores.
Conforme o estudo, nem todas as crianças, no entanto, apresentam a mesma chance de se encontrarem em situação de pobreza ou pobreza extrema. Entre as crianças negras, por exemplo, a taxa de pobreza em 2021 era de 29%, e a taxa de pobreza extrema ficava em 4,6%. Já entre as crianças brancas essas cifras eram de 22,9% e 3,6%, respectivamente. Nas áreas rurais do estado do RS, 38,7% das crianças estavam em situação de pobreza, enquanto no meio urbano eram 21,6%.
A desigualdade é destacada como causa para que o estado tenha chegado na situação atual. “Em um estado como o RS, que tem um volume de recursos que seria o suficiente pra você ter uma taxa de pobreza muito menor, essa taxa é elevada porque a gente distribui muito mal os recursos que a gente tem, então, no fundo a principal explicação pra pobreza no Brasil gira em torno da desigualdade”, ressalta Salata.
Dos cinco filhos de Bruna, quatro vão na escola e no turno inverso nos serviços de assistência social na vila Cruzeiro. O mais novo não vai a nenhum.
“Ele vai comigo onde eu vou, ele tem que ir comigo, não tem como deixar ele sozinho, com vizinho, vizinho trabalha.”
Bruna espera que, no futuro, os filhos não precisem para pelo o mesmo que os pais. “Eu não quero que eles tenham que trabalhar puxando carrinho, catar um lixo pra comer um pão pra comer uma fruta, eu não quero que eles tenham que tomar banho com pedaço de sabão em barra, que era o que a gente estava tomando banho e o mesmo q a gente lava a louça”, diz.
Em G1 RS
Foto reprodução RBS TV
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