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Opinião

Este milagre eles ainda não conseguiram realizar

Este milagre eles ainda não conseguiram realizar

Artigo por RED
19/11/2023 05:30 • Atualizado em 20/11/2023 14:48
Este milagre eles ainda não conseguiram realizar

De EDELBERTO BEHS*

Pastores neopentecostais, de mega igrejas, seguidamente trazem para o altar, ou palco, a prova de sua força de oração, apresentando cadeirante que já não precisa mais da cadeira de rodas, aquela senhora que usava muletas para se locomover e agora não usa mais esse apoio, o cidadão que tinha câncer e, com os exames clínicos em mãos, mostra que está zerado.

Mas com todo esse poder, esses pastores não conseguiram com suas orações salvar mentirosos. Poderiam ter ganhado espaço na mídia internacional se tivessem feito esse milagre trazendo ao palco Jair Messias Bolsonaro. Levantamento da agência de checagem Aos Fatos mostrou que em 1.185 dias como presidente da República ele emitiu 5.145 mentiras

Agora, ele aproveitou a “onda” da libertação dos brasileiros da faixa de Gaza, e dá a entender que foi um dos artífices da liberação desse pessoal. Pesquisa Quaest levantou que 23% dos brasileiros acreditam que foi pela mão do ex-presidente que os brasileiros saíram daquele inferno. Será que foi o Bozo que também enviou o avião da FAB recolher os brasileiros?

A “mentirite” do político é tamanha que em 2019, o 1º de abril, considerado Dia da Mentira, ganhou uma nova hashtgag #BolsonaroDay, e foi o quarto assunto mais comentado no Twitter mundial. Já imaginaram a repercussão de tal milagre, se esses pastores tivessem conseguido curar um mentiroso e fazer dele uma pessoa veraz? Seria, provavelmente, um dos assuntos mais comentados em redes sociais e os curandeiros subiriam o pódio da fama!

Mas não chegou a esse ponto. Pastores que caminharam com o mentiroso e até fizeram campanha para ele caíram numa amnésia providencial. Não se lembraram das famosas rachadinhas. Como candidato, falou do kit gay e da mamadeira de piroca que seu adversário político teria distribuído às escolas. Eleito, alguns pastores participaram, inclusive, no que o colunista Ruy Castro denominou de “quiosque do MEC para a venda de Bíblias”. 

O evangelho, para tais, como se vê, é mutante, embora vivam se apegando a passagens do Antigo Testamento exaltando o Senhor dos Exércitos, como que para justificar uma das principais realizações do governo passado: querer armar o povo.


Bolsonaro diz que pediu a assessor de Netanyahu apoio para liberação de brasileiros em Gaza

Anteriormente, governo Lula falou com os presidentes de Israel, Egito e Autoridade Palestina sobre o tema

Leandro Magalhães da CNN

09/11/2023 às 17:54 | Atualizado 09/11/2023 às 23:57

À CNN, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relatou que conversou com Yossi Shelley, um dos assessores do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e que pediu apoio ao governo de Israel para a liberação de brasileiros que estão desde o início do conflito no sul da Faixa de Gaza. A conversa ocorreu há três dias, segundo o ex-presidente.

“Conversei com o assessor especial do Benjamin Netanyahu e ex-embaixador do Brasil e pedi um apoio para a liberação dos brasileiros. Yossi me relatou que não há nenhuma medida restritiva, não há nenhum empecilho por parte do governo de Israel. Israel concordou que os brasileiros têm que sair da região, seja por Israel ou pelo Egito”, relatou Bolsonaro.

A CNN procurou a embaixada de Israel no Brasil sobre as declarações de Bolsonaro e aguarda retorno.

Até a lista com a liberação de brasileiros em Gaza, divulgada na noite desta quinta-feira (9), houve um processo de intensa negociação diplomática.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com os presidentes de Israel, Isaac Herzog, do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor internacional de Lula, Celso Amorim, também fizeram contatos telefônicos com seus pares nos últimos dias.

Amorim chegou a tratar do tema com Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, e Vieira telefonou duas vezes para o chanceler israelense, Eli Cohen.


Narrativa de Bolsonaro sobre repatriação de brasileiros na Faixa de Gaza não emplaca, aponta Quaest

Levantamento mostrou que só 23% do que foi dito na internet sobre o tema dava crédito à argumentação de que o ex-presidente contribuiu para o processo, contra 74% de conteúdo favorável ao atual governo

O Globo 10/11/2023 20h17

Mesmo após a mobilização de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que usaram suas redes sociais para apontar o ex-presidente como responsável pelas negociações para a retirada de brasileiros da Faixa de Gaza, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda é visto como o fiador da atuação diplomática brasileira. Levantamento da consultoria Quaest divulgado nesta sexta-feira mostrou que apenas 23% dos comentários nas redes sociais reforçavam a argumentação de que ex-chefe do Executivo — que chegou a conceder entrevista na qual reforçava seu suposto papel no episódio — teria contribuído para o processo de repatriação, ainda não concluído.

A análise, que reuniu tudo o que foi dito na internet sobre o assunto das 15h desta quinta-feira até as 15h desta sexta, mostrou que 74% do que foi compartilhado nas redes era favorável ao atual governo. “Bolsonaro até conseguiu convocar seus soldados digitais para a guerra, mas não conseguiu furar a bolha. Pelo menos até aqui”, avaliou Felipe Nunes, diretor da Quaest, em post no X (antigo Twitter).


*Professor, teólogo e jornalista.

Imagem em Pixabay.

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