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Opinião

Elmar Bones comenta vitória de Leite no RS: “As façanhas de Eduardo”

Elmar Bones comenta vitória de Leite no RS: “As façanhas de Eduardo”

Artigo por RED
01/11/2022 14:41 • Atualizado em 03/11/2022 08:24
Elmar Bones comenta vitória de Leite no RS: “As façanhas de Eduardo”

“Eduardo Leite chegou a essa vitória por caminhos travessos”, escreve o jornalista Elmar Bones em análise sobre a eleição no Rio Grande do Sul para o Jornal Já.

Confira o artigo:

“O governador Eduardo Leite sofreu muitas críticas ao adotar para seu governo o lema “Novas Façanhas”, inspirado num verso do Hino Farroupilha, que é o hino oficial do Estado: “Sirvam nossas façanhas/ de modelo à toda Terra”.

Ele venceu. Difícil mensurar o tamanho da façanha de Eduardo Leite  neste 30 de outubro de 2022, ao quebrar um tabu político e um tabu social no Rio Grande do Sul: o homossexual declarado se reelege governador, num Estado machista que não dá segunda chance a seus governantes há quatro décadas.

E não foi uma vitória qualquer. Foi quase um milhão de votos de vantagem, numa eleição em que a  diferença na disputa nacional, entre Lula e Bolsonaro, foi pouco mais de dois milhões de votos

Eduardo Leite chegou a essa vitória por caminhos travessos. Já na primeira campanha disse que não seria candidato à reeleição.

Apresentou-se ao PSDB, seu partido, como candidato a candidato à Presidência da República. Perdeu a convenção, não aceitou a derrota.

Renunciou ao governo gaúcho para se dedicar inteiramente ao projeto presidencial e foi buscar abrigo para sua ambição em outras legendas.

Não deu certo, mas em função desse objetivo, Leite construiu uma aliança com o deputado Gabriel Souza, do PMDB, que seria candidato a governador, com seu apoio,  se o projeto da candidatura presidencial desse certo.

Deu errado, mas Eduardo Leite voltou sobre seus passos e conseguiu a façanha de manter a aliança com  Gabriel Souza, numa chapa em que ele Eduardo estaria na cabeça, com o aliado na vice. O arranjo dividiu o PSDB e o PMDB do Rio Grande do Sul, mas prosperou.

Na hora do voto, ele quase perdeu a vaga do segundo turno para Edegar Pretto, do PT. Ganhou por pouco mais de dois mil votos e, aí, mais uma façanha: ganhou com os votos de Porto Alegre, onde fez seis mil votos a mais do que Pretto.

Na disputa com Onyx Lorenzoni,  no segundo turno, encontrou a condição ideal: candidato a derrotar o bolsonarismo, sem rechaçar Bolsonaro*, tornou-se opção obrigatória para seus principais adversários. O resultado aí está.

O sonho presidencial está de pé como nunca, mas ainda depende de uma façanha, talvez a  maior de todas: desatar os nós em que o Rio Grande do Sul está amarrado – dívida impagável, serviço público em colapso, investimentos congelados,  a economia patinando,  e os partidos que o apoiam em crise. Haja façanha!”

 

Artigo publicado originalmente aqui.

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