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Disputa entre Lula e Bolsonaro está “párea” e as “intenções de voto não necessariamente refletem isso”

Disputa entre Lula e Bolsonaro está “párea” e as “intenções de voto não necessariamente refletem isso”

Eleições 2022 por RED
13/10/2022 12:17
Disputa entre Lula e Bolsonaro está “párea” e as “intenções de voto não necessariamente refletem isso”

Bolsonaro apresenta índices “muito mais competitivos do que as pessoas imaginam”, diz Felipe Nunes da Quaest. 

O cientista político, especialista em pesquisas eleitorais e diretor da Quaest, Felipe Nunes, disse em entrevista à TV da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, veiculada em 10 de outubro, que a disputa entre Lula e Bolsonaro no segundo turno das eleições gerais de 2022 está “párea” e que isso “não necessariamente” está refletido nas intenções de votos captadas pelas pesquisas.

A primeira pesquisa Genial/Quaest divulgada após o segundo turno, em 6 de outubro, mostra que Lula tem entre 52% a 56% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro tem entre 44% e 48% de votos válidos. No Ipec divulgado na noite de terça, 11 de outubro, Lula tem 55% dos votos válidos e Bolsonaro, 45%.

Para além do placar, a pesquisa Quaest contém outros dados que precisam ser olhados com atenção, como citado por Nunes na entrevista.

“O Bolsonaro chega ao segundo turno com mais gente achando que ele merece segunda chance, com mais gente achando que ele faz o trabalho que pode para resolver os problemas do Brasil, e mais gente com medo da volta do PT. Isso combinado sugere um resultado muito mais competitivo do que as pessoas imaginavam num primeiro momento”, diz o CEO da Quaest.

O placar não explica a dinâmica do jogo

“O que a gente está projetando é uma eleição muito disputada, uma eleição muito párea entre os dois candidatos, e isso não necessariamente está refletido nas intenções de voto, que ainda dão a Lula uma vantagem mesmo que pequena, mas ainda vantagem. As pessoas que estão acompanhando pesquisas têm que olhar para além do placar; precisam olhar para como a dinâmica do jogo”, alertou Nunes.

Na reportagem “Apesar de Lula manter liderança, Quaest apresenta dados preocupantes”, o GGN exibiu algumas métricas analisadas pela pesquisa que indicam mudança no humor do eleitorado – o que explicaria, em parte, o resultado parcialmente inesperado no primeiro turno.

Um indicador relevante é o de merecimento de uma segunda chance. Cerca de 50% dos eleitores pensam que Bolsonaro merece ser reeleito, empatando com Lula. Na véspera do primeiro turno, 44% queriam dar uma segunda chance a Bolsonaro – e ele acabou aquela rodada de 2 de outubro com 43% dos votos válidos apurados nas urnas.

Outro dado que chama atenção é que a força do antipetismo é similar à força do antibolsonarismo como motivação para o voto. Entre os eleitores de Bolsonaro, 45% afirmam que votaram no líder de direita para impedir que o PT volte ao poder. Já entre eleitores de Lula, votar em Bolsonaro para sacá-lo do poder foi a motivação de 42%.

Enquanto o medo da “volta do PT” está subindo entre os eleitores, o medo da “continuidade de Bolsonaro” vem caindo. Na pesquisa Quaest de 6 de outubro, estão em situação de empate técnico.

A fotografia da corrida presidencial feita pela Quaest mostra ainda que enquanto o medo da volta do PT vem aumentando a cada rodada, o medo da continuidade do governo Bolsonaro cai. Hoje, estão em situação de empate técnico, dentro da margem de erro.

Minas Gerais pode reeleger Bolsonaro

A entrevista foi concedida a Marco Antônio Soalheiro, do programa Mundo Político. Felipe Nunes também falou sobre o peso dos apoios angariados no segundo turno por Lula e Bolsonaro, destacando a aliança de Romeu Zema (Novo) com Bolsonaro em Minas Gerais. Para Nunes, Minas é um “swing state” e “se Bolsonaro virar a eleição em Minas, ele é presidente da República” de novo. O cientista político comentou que a abstenção foi a principal causa de Lula não ter vencido o pleito ainda no primeiro turno.

 

Em GGN.

Notícia publicada originalmente aqui.

Imagem de reprodução.

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