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Opinião

Direita se une na Paulista: autodefesa ou prenúncio de 2026?

Direita se une na Paulista: autodefesa ou prenúncio de 2026?

Artigo por RED
28/02/2024 05:25 • Atualizado em 01/03/2024 23:36
Direita se une na Paulista: autodefesa ou prenúncio de 2026?

De ALEXANDRE CRUZ*

Sob a alcunha de “ato pela liberdade”, a manifestação do último domingo na Avenida Paulista se configurou como uma arena de autodefesa para o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, envolvidos nos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023.

Movida por partidos de direita e pela Igreja – com destaque para a presença de Michelle Bolsonaro com sua pregação e do pastor Silas Malafaia como organizador e financiador –, a mobilização evidenciou a coesão do bloco em prol de seus objetivos políticos.

No entanto, a resposta do Supremo Tribunal Federal (STF) à demonstração de força da direita tende a ser pragmática: a aceleração dos processos e prisões de envolvidos, inclusive do próprio Bolsonaro. Mas, fica claro que a polarização segue acirrada. A direita celebra a coesão demonstrada, enquanto a esquerda precisa se fortalecer para as eleições municipais de 2024.

O que essa manifestação tão significativa revelou não foi apenas um apoio efusivo a Jair Bolsonaro, mas também uma demonstração inequívoca da coesão da direita política para o pleito eleitoral deste ano. Era como se as ruas da Paulista, repletas de fervorosos apoiadores, proclamassem em uníssono: “Estamos aqui e estamos unidos!”

O risco da esquerda  repetir erros do passado é real. O PMDB já chegou a eleger quase três mil prefeitos, enquanto o PT, hoje, que está no poder, não vislumbra eleger sequer 500 dos cinco mil municípios brasileiros. Poderá repetir os mesmos erros nos dois mandatos do governo Lula e Dilma Rousseff, que não souberam aproveitar para se fortalecer nas eleições municipais.  Fortalecer lideranças intermediárias é crucial para evitar que a direita domine o cenário político em 2026.

Enquanto a direita celebra sua coesão, olhares já se voltam para o futuro, especulando sobre possíveis alianças e candidaturas para eleição presidencial. Nomes como Tarcísio de Freitas e Eduardo Leite surgem como potenciais protagonistas em uma aliança que poderia abalar o cenário político.

A esquerda precisa despertar para a importância das eleições municipais de 2024. Sem organização e estratégia, o caminho para eleição do Lula estará comprometido, com a direita pronta para capitalizar sobre seus erros. A coesão da direita na Paulista é um aviso: a disputa por poder será acirrada. A esquerda precisa reagir com inteligência e estratégia, fortalecendo suas bases e construindo um projeto de futuro sólido e capaz de mobilizar a população.

O futuro do Brasil está em jogo. As decisões tomadas agora serão determinantes para os próximos anos. Cabe à esquerda a responsabilidade de se unir e apresentar um projeto alternativo ao da direita, que responda aos anseios da população e construa um país mais justo, igualitário e próspero.


*Jornalista.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.

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