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Opinião

Depoimento em apoio a Lula Presidente – artigo aos evangélicos

Depoimento em apoio a Lula Presidente – artigo aos evangélicos

Artigo por RED
25/10/2022 16:49 • Atualizado em 27/10/2022 10:20
Depoimento em apoio a Lula Presidente – artigo aos evangélicos

De ROBERTO E. ZWETSCH*

Irmãs e irmãos das igrejas evangélicas,

Falo como pastor evangélico de confissão luterana, professor de teologia, indigenista na Amazônia por quase dez anos e membro da Coordenação Nacional da PPL – Pastoral Popular Luterana.

Em primeiro lugar, afirmo que o mundo evangélico é diverso e não apresenta a homogeneidade que aparece na imprensa. Somos pessoas de fé vinculadas a muitas igrejas oriundas da Reforma Protestante do século 16. Somos luteranos, presbiterianos, anglicanos, metodistas, batistas, menonitas. Depois vêm os pentecostais da Assembleia de Deus, da Congregação Cristã do Brasil, do Brasil para Cristo, da Deus é amor, e então igrejas neopentecostais como Universal, Internacional da Graça, Mundial do Poder de Deus, Renascer em Cristo, Sara Nossa Terra e muitas outras igrejas pentecostais carismáticas. Nosso povo precisa conhecer essa diversidade de igrejas por uma razão simples: as pessoas de fé não pensam todas da mesma forma. Por isso também não VOTAM do mesmo jeito. Tem diversidade de escolhas e atitudes.

Segundo, como povo evangélico diverso somos defensores da liberdade religiosa para todos os grupos e tradições de fé. Por isso defendemos o Estado laico. O Estado não pode pertencer a uma igreja ou tradição religiosa. Pessoas sim, pertencem a uma comunhão de fé, mas o Estado não. Também o Governo não pode ficar refém de uma igreja ou tradição religiosa. Pois isto representa a quebra da nossa Constituição.

Terceiro, é perigoso quando certas lideranças de igreja fazem dos cultos e dos seus microfones lugar para defender um candidato. Se o fizessem fora dos templos, como cidadãos comuns, ninguém poderia criticar, como faço hoje aqui. Mas ao levarem esta escolha para dentro dos templos e colarem todo o seu povo a um nome ou a um partido, ferem o direito político da liberdade religiosa e da liberdade de consciência. Querem fazer do seu povo rebanho cativo, escravos de um pastor.

Quarto, como pastor defendo a regra de minha igreja de que o culto não é lugar para manifestação de política partidária. Mas ao mesmo tempo, entendo que a fé em Cristo e a vivência do amor tem SIM uma dimensão política no sentido preciso do termo. Política vem da palavra grega pólis, que quer dizer cidade, por extensão, diz respeito à vida na cidade, à cidadania. Viver a fé na cidade implica viver para o bem da cidade, das pessoas que vivem na cidade, além da comunidade de fé. Por isso, pessoas cristãs sempre se preocuparam em servir e ajudar quem sofre algum mal, quem vive no desamparo, quem carece de cuidado e amor. Isto significa que a fé tem SIM uma dimensão política, que o Papa Francisco com acerto chamou de amor político, amor social ou coletivo. Não basta amar somente os da família. Jesus nos ensinou a amar os pequeninos, as pessoas mais vulneráveis, que têm fome e sede, que não têm vestimenta, que estão presas, como lemos na parábola do juízo de Mateus 25.

Quinto, nestas eleições vem acontecendo algo muito grave. Certos candidatos parece que se apropriaram de Deus, do nome de Deus, e o transformaram em cabo eleitoral cometendo o gravíssimo pecado de usar o nome de Deus em vão, quebrando o segundo mandamento. Deus é soberano e não pertence a nenhum ser humano. Quem ousa capturá-lo em seu benefício pagará caro mais adiante. Com Deus e seu nome não se brinca. Isto se chama APOSTASIA. E o que temos visto hoje no Brasil é uma avalanche de apóstatas tentando iludir e enganar o povo de Deus.

Ora, o próprio Jesus advertiu em seu anúncio do reino de Deus sobre essa apostasia. Ele disse em Mateus 7 que a árvore se conhece pelos frutos. Se os frutos são podres é porque a árvore está podre e prestes a morrer. Mas ele avisou em Mateus 24: Então, se alguém disser a vocês: Eis aqui o Messias, ou ei-lo ali! Não acreditem! Porque vão surgir FALSOS MESSIAS e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Este aviso vale para nós hoje. Não nos deixemos enganar por quem se arvora chamar de messias, quando propaga o ódio, a violência e a extorsão do povo com desemprego, fome, atraso nas vacinas e aumento da miséria. Tudo ao contrário do que pregou Jesus. Jesus é o Príncipe da Paz e não pode ser confundido com um Presidente que propaga o ódio e as armas.

Estas são as minhas razões para hoje declarar meu voto ao Presidente LULA, pois ele já demonstrou o que é capaz de fazer por nosso país e nosso povo. Ele é um democrata, defende a Constituição e jamais perseguiu adversários políticos. Estas eleições colocam para nós a decisão pelo futuro do país: DEMOCRACIA ou AUTORITARISMO que quer dizer DITADURA !


*pastor luterano, professor de Teologia e membro da PPL – Pastoral Popular Luterana.

Imagem em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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