O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou na quarta-feira (6) edital ofertando R$ 100 milhões para apoiar a formação feminina em cursos das ciências exatas, engenharias e computação.

A medida é voltada para meninas e mulheres matriculadas no 8º e no 9º ano do ensino fundamental e no ensino médio em escolas públicas, além daquelas matriculadas na graduação de exatas, engenharias e computação, e tem por objetivo estimular a diversidade na pesquisa científica.

A cientista Hildete Pereira de Melo ressalta que em todos os campos científicos homens brancos são presença predominante, mas que as mulheres sempre estão nos bastidores. “Você vai remexendo os baús da história, e você vai achando mulheres, só que elas estão escondidas”. Ela lembra de Johanna Döbereiner, uma das maiores cientistas brasileiras, responsável por descobrir que o cerrado brasileiro podia produzir soja, açúcar.

Hildete ainda destaca a desigualdade de cargos e salários, mesmo em casos em que as mulheres possuem maior formação. Dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) apontam que 58% dos 100 mil bolsistas de mestrado, doutorado e pós doutorado no país são mulheres, mas esse número não representa a realidade dos cargos de chefia. “A gente continua massivamente nas escolas, mas eu diria que as lideranças ainda são masculinas”, aponta a cientista.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil