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Cinegrafista liga campanha de Tarcísio com morte de homem na farsa do tiroteio de Paraisópolis
Cinegrafista liga campanha de Tarcísio com morte de homem na farsa do tiroteio de Paraisópolis
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o repórter-cinematográfico Marcos Andrade, da Jovem Pan, denunciou a campanha do candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas, que preparou uma farsa em Paraisópolis para que o candidato vendesse a falsa narrativa de que teria sido vítima de um atentado quando fez campanha na região.
Na entrevista, o cinegrafista diz ter filmado um agente da Abin e policiais à paisana, da equipe do próprio Tarcísio, disparando tiros em Paraisópolis, numa ação que matou um jovem desarmado. Ele também afirmou que a campanha de Tarcísio “pediu sua cabeça”, cobrando a sua demissão da Jovem Pan, e que sofreu pressões da própria emissora para que ele gravasse um vídeo em apoio ao candidato. Por fim, Marcos Andrade disse estar com medo: ‘você não sabe com quem está lidando’.
“Eu começo a escutar uns disparos de arma de fogo, a impressão que eu tinha era umas rajadas de metralhadora. Eu fui para a janela, e olhando para o lado direito eu vi umas motos passando. Coisa de dez minutos depois as motos deram a volta pelo quarteirão, foram para a rua de cima, e começa o novo tiroteio. Aí eu pego a câmera e vou para janela. Inclusive, todo mundo falava ‘se abaixa’, e houve um pânico generalizado. E eu fui para a janela. Só que aí eu vejo umas pessoas à paisana na parte de baixo, na porta da escola, disparando arma de fogo no sentido da rua de cima. Eu vejo o Tarcísio com o pessoal saindo do prédio e indo para o estacionamento. Eu fiz essas imagens, tanto essas como das pessoas embaixo atirando. Desci. Chego na calçada e vejo lá na esquina, na parte de cima no meio da rua, uma pessoa caída e uma moto no chão. Eu me abrigo até uma coluna. Quando eu chego para gravar esse corpo e a moto que está no chão, chega uma pessoa falando para eu não gravar”, relata o cinegrafista.
“Na hora que eu vou para a parte de cima, onde o corpo e a moto está caída, eu vejo o rapaz que eu tinha conversado a respeito de pedir reforço. Eu vejo ele armado e com distintivo da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]. E outro rapaz que tenta me impedir também está com distintivo, mas eu não consigo ver bem o que era o distintivo dele”, acrescentou, apontando a participação de agentes federais de segurança na campanha de Tarcísio.
A polícia pedirá as imagens para investigação, e o grupo Prerrogativas, formado por juristas e advogados que apoiam a campanha do PT nestas eleições, apresentou nesta quarta (26) uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo pedindo apuração.
Com informações da Folha de São Paulo e Brasil 247.
Foto da entrevista do Repórter-cinematográfico Marcos Andrade – Danilo Verpa/Folhapress.
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