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Caso de racismo em pedido de pastelaria foi forjado pelo dono do local, afirma a polícia

Caso de racismo em pedido de pastelaria foi forjado pelo dono do local, afirma a polícia

Geral por RED
18/11/2023 10:25 • Atualizado em 18/11/2023 12:35
Caso de racismo em pedido de pastelaria foi forjado pelo dono do local, afirma a polícia

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou nessa sexta-feira (17), por falsa comunicação de crime, o dono da pastelaria na cidade de Campo Bom (RS) que denunciou caso de racismo em um pedido no estabelecimento.

Durante as investigações, Gabriel Fernandes da Cunha, dono e entregador da pastelaria, confessou que criou uma conta falsa no aplicativo de pedidos online e realizou um pedido na própria loja com a mensagem racista.

Ele contou tudo para a polícia após ser confrontado sobre os dados obtidos pela investigação da corporação e ainda disse que gostaria de se retratar. Não foi divulgado se ele foi detido e nem os próximos passos do processo.

Relembre o caso

Uma pastelaria da cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, denunciou um caso de racismo cometido por uma cliente ao fazer um pedido na loja, na noite da última terça-feira (14). No campo de “observações” do aplicativo, a consumidora pediu, “por gentileza”, que a loja enviasse “um motoboy branco” por não gostar de pessoas negras “encostando” em sua comida.

Daniela Rodrigues, proprietária do estabelecimento e responsável pelo atendimento, conta que a observação foi feita no pedido, e, em seguida, reforçada no chat.

Após receber a mensagem da cliente, Daniela a repreende, pede que ela não compre mais na loja e diz que o motoboy ao qual a pessoa se refere é o dono da empresa. Ela também avisa que pretende denunciá-la. Após o recebimento da mensagem, o casal decidiu registrar ocorrência na 3ª Delegacia de Polícia Regional. O caso foi documentado como injúria racial consumada.

O motoboy negro em questão é o marido de Daniela. Gabriel Fernandes da Cunha também é proprietário da loja e, segundo a mulher, faz entregas em dias de maior movimento.

Com a repercussão do caso na região de Campo Bom, o síndico do prédio cadastrado como endereço da cliente que fez a exigência racista também registrou ocorrência. Ele alega que o número de apartamento informado pela autora do crime no aplicativo não corresponde a nenhum dos números existentes no condomínio. Além disso, segundo o síndico, não há nenhuma “Andressa” no local.

Os dados incorretos chamaram a atenção da polícia, que focou na identificação de quem cometeu o crime e levou ao confronto com o dono do estabelecimento. Não se sabe mais detalhes da investigação.


Imagem: Arquivo Pessoal / Daniela Rodrigues.

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