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Campanha #DesmonetizaJovemPan ganha força
Campanha #DesmonetizaJovemPan ganha força
A campanha liderada pelo movimento de consumidores Sleeping Giants (Gigantes Adormecidos) – #DesmonetizaJovemPan – está surtindo efeito. Iniciada em 21 de dezembro, ela resultou até agora na desistência de 14 anunciantes da emissora da extrema-direita, acusada de difundir fake news e de estimular ódio e violência no país. O boicote já fez bater o desespero no dono ricaço da “Jovem Klan”, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o famigerado Tutinha.
Nesta quarta-feira (4), a Faculdade Anhanguera confirmou pelo Twitter que não anuncia mais nesta rádio e tevê tóxicas: “Nosso time de comunicação estava de férias, mas os nossos advogados, não. Visto isso, o anúncio foi retirado do ar em 24/12/22 e todas as redes JP foram negativadas da nossa base e não aparecerão mais nessa ou em futuras campanhas”. Outras treze empresas já fizeram o mesmo, entre elas Amazon, Subway, Renner, Natura, TIM, Burger King, Ponto Frio e Oi.
Ajude a salvar a nossa democracia
Como explica a sessão brasileira do Sleeping Giants, a emissora bolsonarista estimula atos violentos no país. “Ano passado, cinco pessoas morreram após terroristas invadirem o Capitólio para atacar a eleição. Recentemente, Brasília mostrou que seremos reféns de um novo Capitólio enquanto a Jovem Pan lucrar com discursos golpistas. Nos ajude a salvar a nossa democracia”. O apelo deu resultado, desencadeando intensa campanha dos internautas de pressão sobre os anunciantes e forçando a emissora a retirar vídeos mentirosos contra o processo eleitoral brasileiro.
Segundo levantamento da Novelo Data, a Jovem Pan já tornou privados, desde o início da campanha de desmonetização, pelo menos 376 vídeos de quatro de seus canais no YouTube. Além disso, inúmeros outros conteúdos da emissora foram sumariamente excluídos das redes sociais, entre eles vídeos dos programas ‘Morning Show’ e ‘Pingos nos Is’ com ataques de Jair Bolsonaro e do PL às urnas eletrônicas e sobre vacinação infantil.
Segundo reportagem da revista Fórum, “o vídeo intitulado ‘Após relatório, Forças Armadas não excluem a possibilidade de fraude nas urnas’ e um comentário de Rodrigo Constantino disseminando teses golpistas sobre inexistente fraude no sistema eleitoral brasileiro estão ainda entre os conteúdos excluídos pela emissora. Levantamento digital da Novelo Data revela que a Jovem Pan é o veículo de comunicação preferido de George Washington de Oliveira Sousa, o terrorista que tentou explodir uma bomba em um caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília”.
Queda de receita da Jovem Klan
Já o portal Terra informa que “a sangria de anunciantes acontece dois meses após a Jovem Pan perder a monetização de seus canais no YouTube. A plataforma do Google justificou a suspensão após constatar, segundo divulgou, violações recorrentes das políticas de combate à desinformação. De acordo com cálculos do mercado, o pagamento pelos anúncios nos vídeos rendia à empresa cerca de R$ 1,5 milhão por mês. A perda dessa fonte de renda e a possível queda das receitas publicitárias causada pela ação do Sleeping Giants Brasil podem comprometer as operações da Jovem Pan”.
Temendo os efeitos da campanha de desmonetização, a emissora inclusive divulgou um cínico editorial no final do ano. O texto lido pelo apresentador Adalberto Piotto afirma que o canal “nunca vai apoiar qualquer manifestação que caminhe na direção do enfraquecimento ou da destruição de nossas instituições” e “não faz coro e não endossa qualquer lampejo golpista, ato de violência ou o uso retórico irresponsável de instrumentos constitucionais como o artigo 142 da Constituição”. Os internautas não caem nessa bravata e segue a campanha de pressão sobre os anunciantes.
Por Altamiro Borges no Blog do Miro.
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