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Brasil é país mais letal da década para defensores da terra e do ambiente, segundo levantamento

Brasil é país mais letal da década para defensores da terra e do ambiente, segundo levantamento

Meio Ambiente por RED
29/09/2022 10:57
Brasil é país mais letal da década para defensores da terra e do ambiente, segundo levantamento

Global Witness revela que em dez anos, um ativista foi morto a cada dois dias no planeta, 20% deles em território brasileiro.

A organização britânica Global Witness monitora mundialmente há 10 anos os homicídios de ativistas pelo direito à terra e na defesa do meio ambiente, e lançou ontem, quarta-feira, um relatório com os crimes na década e reúne os números de 2021.

O documento traz dados espantosos, especialmente para o Brasil, país da Floresta Amazônica e uma das grandes biodiversidades do planeta. Os números evidenciam o recorde de devastação da maior floresta do mundo dentro de um contexto de grande crise climática.  Além disso, destaca a urgência de proteção dos defensores ambientais, já que a América Latina concentra 68% das mortes deles.

“A América Latina é uma das regiões mais desiguais no mundo, o que influencia na violência de maneira generalizada”, avalia a ativista ambiental chilena Francisca Stuardo, consultora da Global Witness para a região.

A consultora ainda destaca que os sistemas coloniais que perpetraram aqui na América Latina impuseram essas violências  históricas contra os grupo de defensores do meio ambiente, que seguem até hoje. Outro ponto que contribui para a manutenção dessa realidade é a sensação de impunidade da região.

O monitoramento da ONG iniciou em 2012, e de lá pra cá, foi registrado um assassinato de ativista em algum ponto do planeta a cada dois dias. Foram compiladas 1.733 mortes violentas, destas, 39% de indígenas.

Alguns números no Brasil

O território brasileiro concentra 342 ataques letais a esses ativistas, sendo que 85% dessas ocorrências foram na região da Amazônia Legal, local imerso num mercado de ilegalidades, desde narcotráfico até extração ilegal de madeira. A riqueza de recursos naturais faz da Amazônia um ponto de concentração de violências, destaca Ali Hines, ativista sênior da Global Witness.

Vale destacar que esses crimes ganharam força nos últimos anos, levando a um aumento de 55% nos casos entre 2020 e 2021.

De acordo com o relatório, “desde que Bolsonaro chegou ao poder, ele tem encorajado a exploração madeireira e a mineração ilegal, desmantelando a proteção de terras indígenas, atacando grupos de conservação e cortando orçamentos e recursos das agências de proteção florestal e indígena”, levando ao aumento dessas violências e mortes. Em 2021, foram 26 assassinatos.

O Brasil é seguido de perto pela Colômbia, Filipinas e México. Estes quatro países revezam o pódio do ranking.

Com informações da Folha de São Paulo. Dados do Global Witness .

Foto do desmatamento na Amazônia em Fotos Públicas.

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