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Bolsonaro pediu sigilo em exame de Covid um dia após se aglomerar, revelam mensagens

Bolsonaro pediu sigilo em exame de Covid um dia após se aglomerar, revelam mensagens

Politica por RED
17/05/2023 17:25 • Atualizado em 18/05/2023 07:31
Bolsonaro pediu sigilo em exame de Covid um dia após se aglomerar, revelam mensagens

Em 2021, o então presidente Jair Bolsonaro fez um exame de covid-19 após participar de um ato com apoiadores em Brasília e teria determinado sigilo sobre o caso. O assunto está presente em uma troca de mensagens entre dois assessores do gabinete de Bolsonaro. As informações foram obtidas através de perícia e divulgadas pela Folha de S. Paulo.

Nas mensagens entre o ajudante de ordens de Bolsonaro durante seu mandato, tenente-coronel Mauro Cid, e o chefe do gabinete pessoal da Presidência na época, Célio Faria, conversam sobre o estado de saúde de Bolsonaro. No dia 15 de maio de 2021, quando participou sem máscara de uma aglomeração com apoiadores em Brasília, o ex-presidente apresentou sintomas da doença.

“No exame comparativo, ele está com o pulmão com 10% comprometido. Mas está bem… dormiu a noite toda, das 21h às 5h30. Oxigenação 97! [médico Marcelo] Zeitoune acha que é COVID… Pr [presidente] não quer fazer exame”, escreve Mauro Cid para Célio Faria.

Em seguida, Faria responde. “O laudo médico do HFA foi colocado no sistema… Pr vai fazer o exame para evitar vazamento. Pediu reserva absoluta. Não quer divulgar que vai fazer o exame. Só se vazar o laudo”. A sigla HFA se refere ao Hospital das Forças Armadas.

Mais tarde no mesmo dia, Cid enviou uma nova mensagem, informando que o exame de covid de Bolsonaro, feito no dia 16, deu negativo.

A conversa foi obtida através de perícia realizado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, investigado em inquéritos da Polícia Federal (PF). A quebra do sigilo telefônico foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nova aglomeração e cloroquina

No dia seguinte do exame, dia 17, Bolsonaro voltou a reunir com apoiadores, desta vez, no cercadinho do Palácio do Planalto, e criticou as medidas sanitárias recomendadas pelos órgãos nacionais e internacionais de saúde.

Em uma live três dias depois, o ex-presidente falou que tomou cloroquina quando teve os sintomas de covid, antes de fazer os exames, e que se sentiu melhor com isso. “Tomei, fiz exame, não estava [infectado]. Mas, por precaução, tomei. Qual o problema? Eu vou esperar sentir falta de ar para procurar um hospital?” afirmou durante a transmissão.

Morte de assessor

Além do caso de Bolsonaro, Mauro Cid e Célio Faria conversaram sobre o falecimento de um ajudante de ordens por covid em março de 2021. De acordo com a reportagem, eles falaram sobre a morte, o velório e a cremação.

A informação sobre a morte do ajudante de ordens foi revelado pelo site O Antagonista mais de dez dias depois do ocorrido.


Foto: Isac Nóbrega/PR

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