Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-chefe de Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência (GADH), Marcelo da Silva Vieira, afirmou que Jair Bolsonaro participou de um telefone sobre o ofício feito pelo ajudante de ordens, Mauro Cid, para recuperar as joias apreendidas pela Receita Federal.

Silva Vieira contou que, em dezembro do ano passado, Cid pediu para ele assinar um documento que seria enviado para à Receita, solicitando a retirada das joias apreendidas para serem incorporadas pela presidência. O ex-chefe de gabinete afirmou, via mensagem, que não poderia fazer.

Após a mensagem, os dois conversaram em um telefonema e Cid colocou a ligação no viva-voz para que Silva Vieira explicasse ao então presidente Jair Bolsonaro os motivos de não poder assinar. No depoimento, Silva Vieira disse que deu as explicações e que Bolsonaro respondeu “ok, obrigado”.

De acordo com o blog da Andreia Sadi no g1, a conversa entre Mauro Cid e Marcelo Silva Vieira aconteceu ao mesmo tempo em que Cid tentava retirar as joias através do secretário-especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes. Ambas as tentativas não deram certo.

O caso

Em viagem oficial à Arábia Saudita em 2021, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque recebeu conjuntos de joias avaliado de presidente do governo saudita. Um dos conjuntos, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi apreendida pela Receita Federal por não terem sido declaradas. O outro conjunto não foi interceptado pelo controle.

Um ano depois da apreensão, o governo tentou reaver as joias. Além da conversa com Marcelo Silva Vieira, Mauro Cid enviou um ofício para o secretário-especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes.

Vieira Gomes deu ordem por escrito aos funcionários do Fisco para a liberação dos bens, mas os servidores mantiveram as joias apreendidas por não seguirem o tramite necessário para a liberação.

Foto: Reprodução/Twitter

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