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Band encerra programa com 77 anos por discurso de ódio contra palestinos

Band encerra programa com 77 anos por discurso de ódio contra palestinos

Geral por RED
30/10/2023 11:44
Band encerra programa com 77 anos por discurso de ódio contra palestinos

Após a Matinal revelar que comentarista do Hora Israelita pregou o extermínio dos habitantes da Faixa de Gaza durante duas edições do programa, a Rede Bandeirantes decidiu que sua emissora de rádio em Porto Alegre não vai mais transmiti-lo.

Com 77 anos de existência, sendo duas décadas só na Band, o Hora Israelita é patrocinado pela Federação Israelita do RS e vai ao ar aos domingos. Na edição do último dia 15, a comentarista Deborah Srour afirmou que os palestinos são “animais”, que não existem civis inocentes em Gaza e que o Exército de Israel deveria ser “mortífero” contra essa população, sem respeitar qualquer proporcionalidade na resposta ao ataque terrorista promovido pelo Hamas no dia 7 de outubro. Tanto emissora quanto patrocinadora parecem ter minimizado o episódio, já que mantiveram a comentarista na semana seguinte.

No dia 22, Deborah Srour repetiu o discurso de desumanização e aniquilação dos palestinos: “Como qualquer pessoa normal, expressei minha opinião de que Israel deveria exterminá-los”, repetiu. “Não há inocentes em Gaza”, volta a afirmar. Mas, desta vez, apesar do posicionamento vir quase uma semana depois, a Band decidiu retirar o programa da grade. O anúncio feito nas redes sociais do Hora Israelita explica que a decisão foi comunicada por três membros da direção da Band RS, em uma reunião virtual realizada na manhã de sábado (28). Em sua conta na rede social, Deborah Srour afirmou ter proposto sair do programa para que ele não fosse cortado, mas a sugestão foi rechaçada pela emissora.

Na quinta-feira (26), o Grupo Bandeirantes informou a Matinal que o departamento jurídico estava analisando o caso. Neste domingo (29), após a decisão de encerrar o Hora Israelita, entramos em contato novamente, mas a emissora não se manifestou até o fechamento da reportagem.

Segundo a revista, “inicialmente, a Band havia tentado se dissociar do discurso de ódio presente em sua programação. Questionada pela Matinal, a direção local da empresa sustentou que a Hora Israelita era um programa terceirizado (ou seja, alugava um horário na rádio) e que, por isso, o grupo de comunicação não tinha responsabilidade pelo conteúdo. A resposta chamou a atenção por estar em franca contradição com a lei. Segundo o Código Brasileiro de Comunicações, as emissoras de rádio e TV são responsáveis pelo conteúdo de terceiros”.

A publicação também divulgou que “os responsáveis pela Hora Israelita adotaram um discurso parecido. Lavaram as mãos, dizendo que Deborah expressava sua opinião “de forma independente”. Apesar do apoio público, ao disponibilizarem em seu site o áudio do programa do dia 15, fizeram uma edição estratégica: cortaram a participação da comentarista. A Federação Israelita, patrocinadora do programa, também tentou se eximir. Limitou-se a observar que não responde pelo conteúdo, mas sem fazer qualquer objeção a ele”.

Deborah Srour, por sua vez, recorreu ao discurso usual de todas as pessoas apanhadas a dizer coisas indefensáveis: alegou que suas falas haviam sido tiradas de contexto. Indagada pela Matinal sobre o contexto que justificaria o extermínio de uma população, calou-se.

A matéria explica que “esse era o cenário até a quarta-feira (25) da semana passada, quando a Matinal publicou uma reportagem sobre a omissão generalizada em relação à conduta de Srour. Depois disso, veio a informação, por parte da Band, de que o assunto passara a ser tratado pela direção nacional do grupo de comunicação, em São Paulo. O passo seguinte foi o rompimento do contrato com a Hora Israelita.

Na manhã desse domiongo (29), no horário em que normalmente estaria no ar pela rádio de Porto Alegre, Deborah Srour fez uma transmissão em vídeo pelo Facebook. “De acordo com a Rádio Bandeirantes, eu passei dos limites quando disse que os perpetradores desse massacre se comportaram como animais”, afirmou ela, numa nítida distorção dos fatos, o que causou ataques para a Band durante a transmissão pela internet.


Imagem: divulgação emissora

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