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Áudios mostram que despesas de Michelle Bolsonaro eram pagas em dinheiro vivo

Áudios mostram que despesas de Michelle Bolsonaro eram pagas em dinheiro vivo

Politica por RED
13/05/2023 13:11 • Atualizado em 13/05/2023 14:04
Áudios mostram que despesas de Michelle Bolsonaro eram pagas em dinheiro vivo

Conversas em áudio entre o tenente-coronel Mauro Cid e assessoras do governo Bolsonaro mostram a orientação para pagamento em dinheiro vivo das despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os áudios foram interceptados pela Polícia Federal (PF) através da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, preso no dia 03 de maio.

De acordo com a investigação que o UOL teve acesso, os diálogos mostram uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiro e a orientação de não deixar registros e impossibilidade de transferências”.

A PF ainda descobriu que Michelle Bolsonaro usava o cartão de crédito de uma amiga sua, Rosimary Cardoso Cordeiro, que era assessora parlamentar no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA). A quebra de sigilo bancário de Mauro Cid e de outros funcionários do Palácio do Planalto mostra diversos depósitos em dinheiro vivo para Rosimary para custear os gastos do cartão.

O esquema era motivo de preocupação de Cid e de assessoras da ex-primeira-dama. Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva conversaram entre si e com Mauro Cid.

“Então hoje é essa situação do cartão realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você é o seguinte. No momento que você for despachar com ela, é esse assunto. Você pode falar com ela assim sutilmente, né? (…) Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, ue é que a senhora acha da gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Pra evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor aqui as contas. (…) Pode alertá-las o seguinte, que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema.”

Áudio de Cintia Borba Nogueira para Gisele dos Santos Carneiro da Silva, 30/10/2020

“Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle né. Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, né. (…). Mas então o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, né? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então eu estou vendo que realmente tá sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau.”

Áudio de Gisele dos Santos Carneiro da Silva para Mauro Cid, 25/11/2020

Comparação com Flávio Bolsonaro

Em um dos áudios, Mauro Cid também demostra preocupação com a semelhança da dinâmica com os esquemas das rachadinhas (desvio de recursos públicos). O tenente-coronel cita o caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), denunciado por peculato pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Cid ainda alerta que Michelle Bolsonaro tinha os comprovantes de pagamento das despesas, mas os documentos que comprovassem a saída dos recursos de alguma conta.

Além das assessores, o tenente-coronel também fala sobre a possibilidade da imprensa descobrir, assim como aconteceu com Flávio Bolsonaro.

“E isso sem contar a imprensa que quando a imprensa caiu de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça? Pode. Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona.”

Áudio de Mauro Cid enviado a Gisele dos Santos Carneiro da Silva, 25/11/2020


Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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