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Assassinato de Bruno Pereira e Dom Philips completa um ano. Data é marcada por homenagens e pedidos de defesa do meio ambiente e dos povos indígenas

Assassinato de Bruno Pereira e Dom Philips completa um ano. Data é marcada por homenagens e pedidos de defesa do meio ambiente e dos povos indígenas

Geral por RED
05/06/2023 14:35
Assassinato de Bruno Pereira e Dom Philips completa um ano. Data é marcada por homenagens e pedidos de defesa do meio ambiente e dos povos indígenas

O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, no Amazonas, completa um ano nesta segunda-feira, 05. Atos em homenagem à memória e pedidos de defesa dos meio ambiente e proteção dos povos indígenas marcam a data.

No Rio de Janeiro, um ato na Praia da Copacabana durante a manhã de hoje, reuniu a viúva de Dom Philips, Alessandra Sampaio, seus familiares e amigos. Para Alessandra, o julgamento será um recado para os criminosos que atuam no Vale do Javari e em outras regiões da Amazônia.

Ato lembra um ano da morte de Dom Phillips e Bruno Pereira. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

“Essa rede criminosa se aproveita da pobreza que existe na região, de uma falta de oportunidade de trabalho. Eles arregimentam pessoas para trabalhar no garimpo, para desmatar florestas. E quando a gente vai mudar isso? A gente vê isso desde sempre. Vai precisar morrer mais jornalista lá? Vai precisar morrer quantos indígenas? Quantos ativistas vão precisar ser mortos para se ter uma mudança real?”, afirmou a viúva do jornalista.

O líder indígena Beto Marubo e o procurador jurídico Eliesio Marubo, integrantes da Organização Representativa dos Povos Indígenas da Terra do Vale do Javari (Univaja), também participaram. “Ainda estão batendo cabeça. Não tomaram providências efetivas de fato. O Estado brasileiro deve uma explicação ao mundo, porque o mundo se comoveu com esses assassinatos”, declarou Beto.

Para Eliesio, a investigação precisa ser abrangente. ‘“A questão da investigação em cima do grupo que dá sustentação política àquele conjunto de atividades ilegais que funcionam na região. Um outro ponto que também é necessário que se investigue é o caminho do crime na região. É necessário que essa investigação analisando esses dois pontos aconteça justamente para que a gente garanta a segurança da região, não só para terra indígena como também para a população do entorno”, explicou.

O ato também lembrou dos retrocessos nas pautas ambientais e de proteção dos povos indígenas promovidas pelo Congresso Nacional, principalmente com a aprovação do Marco Temporal e o esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

“É preciso ter a presença do Estado, Funai, Exército, Ibama e Força Nacional. As estruturas da Funai são precárias na região. A Funai está em frangalhos, com organograma desatualizado, e o Congresso esfacelou a atuação do Ministério dos Povos Indígenas. Isso vai acarretar mais retrocessos”, afirmou Beto Marubo.

Além do Rio de Janeiro, homenagens a Bruno Pereiro e Dom Philips também ocorrem em Atalaia do Norte, Brasília, Belém, Campinas e Salvador. Um ato também está marcado para acontecer em Londres, na Inglaterra.

Foto: Tom Philips/Twitter.

Justiça

Bruno Pereira e Dom Philips foram assassinados quando o jornalista reunia informações para o livro Como Salvar a Amazônia, com histórias de defensores da florestas e dos direitos indígenas.

Três pessoas foram denunciadas por envolvimento no crime e ocultação de cadáver: Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima. Dois ex-dirigentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foram indiciados por não garantir a segurança de seus servidores na região. Bruno era funcionário da Funai e estava licenciado.

A polícia também investiga Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, suspeito de ser o mandate do crime. De acordo com PF, ele tinha desavenças com Bruno que atuava contra a pesca ilegal na região.


Com informações da Agência Brasil e da Folha de S. Paulo.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

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