Curtas
Apenas 13% dos adultos tomaram o reforço contra a Covid com a vacina bivalente
Apenas 13% dos adultos tomaram o reforço contra a Covid com a vacina bivalente
Imunização infantil também apresenta índices baixos, com cobertura de menos de 2%
Desde 24 de abril, o Ministério da Saúde liberou a vacina bivalente para todos com mais de 18 anos, deixando a critério de cada governo local a disponibilidade da dose. Mas, até agora, quase dois meses depois, somente 13% do público elegível no Brasil tomou a nova dose, revelando uma cobertura baixa principalmente entre os mais jovens.
O reforço é disponibilizado para qualquer adulto que tenha tomado duas ou mais doses da vacina monovalente, aquela aplicada desde o início da pandemia, sendo necessário que a última aplicação tenha ocorrido há no mínimo quatro meses.
O modelo atualizado é fabricado pela Pfizer, sendo composta pela cepa original do Sars-CoV-2, vírus que causa a Covid-19, identificada inicialmente em Wuhan, na China, e também por subvariantes da ômicron, o que confere maior proteção, já que são cepas responsáveis por muitos casos atualmente.
Especialistas ouvidos pela Folha de São Paulo defendem a importância de atualizar o esquema de vacinação com o modelo atualizado. “É muito nocivo que a procura para vacinação bivalente esteja ainda tão baixa no Brasil, uma vez que tem surgido estudos mostrando que a proteção adicional que se obtém contra as novas variantes que circula é muito alta”, afirma Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia.
A Folha destaca que a baixa imunização atual não é decorrente de falta de doses, como ocorrido nos anos anteriores, mas pela baixa adesão das pessoas.
A publicação avalia os motivos da baixa procura: “O interesse mais baixo ao imunizante tem várias explicações. Uma delas é a disseminação de fake news, que abala a confiança na vacina. Outra razão é a queda da sensação de risco. Quanto mais a população foi vacinada, menos fatalidades por Covid-19 foram sendo registradas e, então, o medo diminuiu. Isso foi visto mesmo durante o período em que o reforço era feito com o modelo monovalente, com média diária de doses mais baixa em comparação às primeiras aplicações”.
Eder Gatti Fernandes, diretor do departamento de imunização e doenças imunopreveníveis do Ministério da Saúde, destaca as ações do governo para reverter o quadro: “O lançamento do movimento nacional pela vacinação tenta aumentar a conscientização e mobilizar pessoas e entidades de toda a sociedade em prol da causa. Ações também estão sendo tomadas contra disseminação de notícias falsas, além da adoção de uma postura pró-imunização do governo federal: a vacinação do presidente Lula (PT) com o reforço bivalente é um exemplo”.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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