Opinião
Análise das eleições no RS – cenário estável para o executivo e apertado para o senado
Análise das eleições no RS – cenário estável para o executivo e apertado para o senado
Em meio a uma disputa polarizada e acirrada em âmbito nacional, o Rio Grande do Sul chama a atenção pela estabilidade das campanhas e dos números nas pesquisas e pelo bom desempenho de Olívio Dutra, que compete com outras três candidaturas de direita. Nesta semana, Benedito Tadeu César, professor aposentado de Ciência Política na UFRGS e diretor aqui da RED, foi procurado por alguns veículos de comunicação a fim de fazer uma análise do cenário eleitoral do estado, que reproduzimos aqui.
Para o executivo
Para Benedito, uma disputa de segundo turno por Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) parece cada vez mais consolidada: “dificilmente nesses 14 dias seria possível reverter este quadro”.
Para o cientista político, a polarização, que fortalece boa parte das campanhas estaduais pelo país, dá vantagem à Leite aqui no RS: “(Leite) se descolou do Bolsonaro, e se vende como bom administrador que resolveu as finanças do estado”. Ele observa que as campanhas de Edegar e Onyx tem tido dificuldade de desmontar esta estratégia da boa imagem de Leite: “tentaram pelo argumento da sua renúncia, mas não colou”.
Onyx, por sua vez, se beneficia do fato de Bolsonaro ser bem votado no RS, já que não tem base social para garantir votos que o levassem ao segundo lugar. Quem era aguardado com expectativa na disputa era o senador Luis Carlos Heinze, que chegou a liderar as pesquisas mas acabou não decolando. Benedito avalia que ele perdeu muitos votos para Leite, que soube articular com o agronegócio, que é base do senador, e tem bom diálogo com os prefeitos do interior. “Isso é também um fator para a dianteira de Leite, pois a maioria dos votos de Heinze migrou para ele”, pondera, ao afirmar acreditar que Leite seguirá com esta mesma estratégia até o final.
Para o senado
Se acima a análise do executivo se mostra bastante estável e sem surpresas, a disputa para o senado está acirrada e indefinida. Olívio Dutra assumiu a liderança nas pesquisas, mas ainda é incerto que ele alcance os 30% dos votos para conquistar o cargo. Ele compete com outras três candidaturas de direita – Ana Amélia (PSD), Amilton Mourão (Patriotas) e Nádia Gerhard (Progressistas), o que dificulta analisar para onde podem migrar os chamados votos úteis de última hora.
Ainda assim, Olívio mostra vantagem ao ter um eleitorado para além do conquistado pelo partido. Para Benedito, esse cenário é complexo e a eleição de senador será como em 2014 , conquistada voto a voto, já que este ano temos novamente apenas uma cadeira em disputa.
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