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Alexandre de Moraes envia relatório da PF para a PGR e retira sigilo

Alexandre de Moraes envia relatório da PF para a PGR e retira sigilo

Justiça por RED
26/11/2024 14:30
Alexandre de Moraes envia relatório da PF para a PGR e retira sigilo

Da Redação, com informações da CNN, de O Globo, do Estadão, da Folha de São Paulo e do Metrópolis

PF aponta atuação de Braga Neto na trama golpista e indicia 12 militares da ativa

O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o papel de cada integrante do governo de Jair Bolsonaro (PL) na chamada ‘organização criminosa’ apontada pela PF.

O principal nome que consta no documento é do ex-presidente Bolsonaro. Ele é apontado como “líder” que “permeava” todos os núcleos apontados na investigação. Mas principalmente no Núcleo A: Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.

Outro personagem no caso é do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que é apontado pela PF como “operador de Bolsonaro”, alguém que colocava a mão em todos os núcleos para “blindar o líder”.

O inquérito também aponta dois generais que tinham cargos no primeiro escalão do governo como “núcleo duro”: Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, levantou o sigilo do inquérito das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe, que investigam a tentativa de golpe de Estado gestada no governo Jair Bolsonaro, inclusive com plano de assassinato do presidente Lula, de seu vice Geraldo Alckmin e do próprio ministro.

Nesta terça-feira, 26, Moraes enviou à Procuradoria-Geral da República o relatório de mais de 800 páginas em que a Polícia Federal enquadrou o ex-presidente Bolsonaro e mais 36 investigados, entre aliados e militares de alta patente, por crimes de golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

“Encerrada a investigação pela Polícia Federal, os autos deverão ser remetidos ao Procurador Geral da República, uma vez que, o princípio do monopólio constitucional da titularidade da ação penal pública no sistema jurídico brasileiro somente permite a deflagração do processo criminal por denúncia do Ministério Público”, escreveu Moraes.

Doze militares da ativa do Exército estão entre os indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma trama golpista articulada no fim do governo de Jair Bolsonaro (PL) para mantê-lo no poder.

A lista inclui um general recém-transferido para um cargo em Brasília e um adido militar em Tel Aviv, Israel.

O general de brigada (duas estrelas) Nilton Diniz Rodrigues foi designado em 13 de novembro para chefiar a Coordenação de Operações Logísticas, um dos principais cargos do Comando Logístico do Exército.

Os outros dez oficiais já estavam na mira da Polícia Federal em operações anteriores ou tinham sido alvos de inquéritos do próprio Exército por envolvimento na redação de uma carta que tentava pressionar o comandante da Força a embarcar no golpe de Estado.

A Polícia Federal afirma que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, participou de dois núcleos de atuação do grupo suspeito da trama golpista.

De acordo com as investigações, o militar da reserva do Exército teria participado do “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” e do “Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos”.

A descrição desses grupos, os integrantes, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e a forma de atuar de cada um estão descritos em decisão desta quarta-feira (26) do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que levantou o sigilo da apuração.

A PF aponta no relatório final do inquérito a articulação conjunta de seis núcleos diferentes. São eles: núcleo de desiformação e ataques ao sistema eleitoral; núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado; núcleo jurídico; núcleo operacional de apoio às ações golpistas; núcleo de inteligência paralela e núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas.

Veja a lista  

1. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.

  • Mauro Cesar Barbosa Cid
  • Anderson Torres
  • Angelo Martins Denicoli
  • Fernando Cerimedo
  • Eder Lindsay Magalhães Balbino
  • Hélio Ferreira Lima
  • Guilherme Marques Almeida
  • Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • Tércio Arnaud Tomaz

2. Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado.

  • Walter Souza Braga Netto
  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Bernardo Romão Correa Neto
  • Mauro Cesar Barbosa Cid

3. Núcleo Jurídico.

  • Filipe Garcia Martins Pereira
  • Anderson Gustavo Torres
  • Amauri Feres Saad
  • Jose Eduardo de Oliveira E Silva
  • Mauro Cesar Barbosa Cid

4. Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas.

  • Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
  • Bernardo Romão Correa Neto
  • Hélio Ferreira Lima
  • Rafael Martins De Oliveira
  • Alex de Araújo Rodrigues
  • Cleverson Ney Magalhães

5. Núcleo de Inteligência Paralela.

  • Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • Bernardo Romão Correa Neto
  • Hélio Ferreira Lima
  • Rafael Martins De Oliveira
  • Alex de Araújo Rodrigues
  • Cleverson Ney Magalhães

6. Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos.

  • Walter Souza Braga Netto
  • Almir Garnier Santos
  • Mario Fernandes
  • Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira
  • Laércio Vergílio
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Com informações dos veículos: CNN, de O Globo, do Estadão, da Folha de São Paulo e do Metrópolis

Foto da capa: Ex-presidente Jair Bolsonaro – Crédito: Breno Esak/Metrópolis

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