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Opinião

Água em Porto Alegre

Água em Porto Alegre

Artigo por RED
25/12/2023 05:25 • Atualizado em 27/12/2023 09:24
Água em Porto Alegre

De ADELI SELL*

Porto Alegre foi fundada em 26 de março de 1772. Sete anos depois, em 1779, ganhou suas primeiras fontes públicas de água. Em 1862, quase um século depois, fundada pelo advogado baiano Francisco Antônio Pereira da Rocha, a Companhia Hydraulica Porto-Alegrense que, através de uma tubulação de latão, canalizava água para diversos chafarizes da cidade.

Ou seja, primeira vieram as “bicas”, depois os modernos chafarizes.

Mini história

A fonte de ferro que sobrou é atração para os atentos no Parque Farroupilha. Chamado de Chafariz Imperial ou Conde D´Eu, o monumento foi inaugurado, provavelmente, em 1866 na então Praça do Mercado – depois Praça Paraíso, Praça Conde D´Eu e, finalmente, Praça XV de Novembro. 

Em 1925, foi deslocado para a Praça Rui Barbosa, e, devido à enchente de 1941, para a Redenção.

Os chafarizes desaparecidos ficavam nas praças da Alfândega, do Portão (atual Conde de Porto Alegre), da Caridade (Dom Feliciano), da Harmonia (Brigadeiro Sampaio), do Alto da Bronze (General Osório) e da Várzea (Redenção).

Estes dados são de uma fonte consultada. Mas os dados são incompletos.

É seguro que havia outra fonte, certamente a mais importante: na Praça da Matriz, vejam que foi outro o material empregado. 

Construídas em mármore de Carrara, em 1866 – mesmo ano da colocação do chafariz junto ao Mercado – para adornar um dos oito chafarizes que distribuíam água potável à população de Porto Alegre, as estátuas são as mais antigas da cidade. Atribuídas ao escultor italiano José Obino, radicado no Brasil, foram primeiro instaladas na Praça da Matriz, sendo mais tarde substituídas pelo Monumento a Júlio de Castilhos. Em 1936, depois de um período em que estiveram guardadas num depósito, voltaram a conviver com a cidade, dessa vez na Praça São Sebastião. Hoje, estão na sede do Dmae, na Rua 24 de outubro.

Nos bairros

Há um interessante livro do senador e artista plástico, Guido Mondin, chamado BURGO SEM ÁGUA, no qual relato em crônica a vinda de água ao IV distrito apenas em 1926.

A água muitas vezes era trazida e vendida em pipas puxadas por burros.

Sem dúvida que havia fontes naturais em muitos locais, abertura de poços, mas muitas vezes já estavam contaminadas, por isso a compra de água das pipas puxadas pelos burros.

Nos dias de hoje, em pleno 2023, há um clamor e uma luta por água no grande Bairro Lomba do Pinheiro, entre outros locais.

“Água é vida” é um chamado que se ouve. Sendo assim, aqui sempre se lutou pela vida…


*Escritor, professor e bacharel em Direito.

Foto: Divulgação PMPA.

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