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Opinião

A Arte versus Fake News

A Arte versus Fake News

Artigo por RED
26/10/2022 05:30 • Atualizado em 27/10/2022 10:19
A Arte versus Fake News

De ALEXANDRE CRUZ*

Da semana passada para cá foi um período complicado em época de eleição. Um aumento significativo de fake news e pesquisas abalaram o psicológico da militância. Rincões de diversos lugares do Brasil vinham até mim com desânimo. Brasileiros que vivem na Europa, principalmente na França, capital política do Velho Mundo, estavam atordoados. Respondia a eles sempre a mesma coisa: não é hora de sentir medo e nem tristeza. Faltam poucos dias para a eleição. O nosso foco é manter e ampliar o voto. Digo mais, se cada um de nós fizermos isso, ganharemos o pleito eleitoral. Penso que consegui dar uma injeção de ânimo de luta.

Eu confesso que a convite de uma amiga me refugiei num almoço no Espaço 900, do querido companheiro Thiago Braga. Uma feijoada deliciosa e um jardim que lembra a pintura de Paul Cezzane. Sem esquecer que no corredor que atravessa o interior do Espaço havia magníficas obras de arte do artista plástico  Tiago Cesar. Além da gastronomia, a arte é um sopro animador que nos reforça para arena eleitoral política. Não era o momento de capitular como ocorreu com os espanhóis diante dos holandeses no charmoso quadro A Rendição de  Breda, de Diego Velazquez.

Ao mencionar a arte, sinalizo de uma maneira clara o que é essa eleição: a racionalidade ameaçada pela emoção, a liberdade por um movimento rumo a autocracia. A verdade dos fatos sendo substituída pela mentira. Atualmente a mentira virou uma regra, não uma exceção. Muito pertinente a fala do Luiz Inácio Lula da Silva no debate na Bandeirantes quando afirmou que das eleições das quais ele participou, e não foram poucas – desde a sua candidatura a deputado federal e as eleições para presidente é a sexta vez que disputa -, o confronto com os adversários sempre foi no campo das ideias e não dos ataques mentirosos do Jair Bolsonaro. O líder da extrema direita adota a prática da soma zero. Realiza uma declaração que fere a suscetibilidade do código civilizatório, depois recua e diz que não afirmou isso. O propósito é criar confusão mental no eleitor.

O Onix Lorenzoni e o Bolsonaro tratam a ciência como algo suspeito e muitas vezes com franco desprezo. Estas duas lideranças se nutrem da raiva através de uma máquina bem azeitada com um único objetivo: o engajamento dos seus partidários. Diariamente, alimentam permanentemente com conteúdos polêmicos que provocam emoção. Seja as meninas venezuelanas, seja o último episódio que ocorreu no domingo passado em que o Roberto Jefferson fez um vídeo de “resistência” contra o STF e depois disparou e quase matou os policiais. A ideia deste ataque do Jefferson era gerar raiva e transmitir engajamento daqueles que estão contaminados pelas tais notícias alternativas contra o Supremo Tribunal Federal.

Felizmente, o tiro saiu pela culatra e com cheiro de armação e trouxe até o dia de hoje que vos escrevo, um grande desgaste ao Bolsonaro. São amigos, há uma série de fotos dos dois juntos e o discurso do ódio é o mesmo. O Jair tenta descolar do amigo Roberto, mas não consegue.

Retomando a fake news, esta é a finalidade das notícias falsas: a indignação ceder espaço a indiferença e, por fim, a conivência. É o instrumento da extrema direita. E nós, democratas, não podemos normalizar a mentira. A caminhada que fiz na semana passada em Porto Alegre, onde havia mais de 50 mil pessoas, mais uma multidão no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, e o povo não esmoreceu diante da chuva em Juiz de Fora, mostra no rosto de homens, mulheres, jovens, crianças: a esperança. O nosso candidato petista inspira um  banho de  luz de humanismo  perante as trevas.

As pesquisas desta semana apontam a firmeza dos números que trazem Lula na frente e muito próximo de ser, novamente, o nosso presidente. Eleito, fake news do oponente não irá desaparecer. Vivemos no mundo de uma nova era cuja mentira virou uma regra que busca solapar as instituições democráticas, destruir a credibilidade do jornalismo e impor as emoções diante dos fatos. E temos que vencer isso também!

Desde logo desejo uma boa eleição e a vitória está próxima!


*Jornalista.

Imagem em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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