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8 de janeiro: militares querem evitar prestação de conta e não admitem o fracasso na defesa nacional, afirmam historiadores

8 de janeiro: militares querem evitar prestação de conta e não admitem o fracasso na defesa nacional, afirmam historiadores

Espaço Plural por RED
29/08/2023 15:10 • Atualizado em 29/08/2023 15:12
8 de janeiro: militares querem evitar prestação de conta e não admitem o fracasso na defesa nacional, afirmam historiadores

Com a redemocratização do país, as Forças Armadas trabalhou para reconstruir e consolidar uma nova imagem frente ao povo brasileiro. Mas os últimos quatro anos, durante o governo Jair Bolsonaro, serviram para novamente desprestigiar os militares.

A atuação de alguns setores para a tentativa do golpe contribuem para a situação. O pós- doutor em História pelas Universidades de Berlim e La Sapienza, Francisco Carlos Teixeira da Silva, elenca três pilares fundamentais para o 08 de janeiro: participação popular financiada por empresários, omissão/inação do governo do Distrito Federal e atuação da instância federal.

“Um terceiro pilar está no âmbito federal. É ligado, principalmente, ao general que era então comandante militar do Planalto; o comandante do Exército na ocasião; o comandante da guarda presidencial que deveria defender o Palácio e não o fez; mas também dentro do GSI [Gabinete de Segurança Institucional] e dentro do Ministério da Defesa. Esse terceiro pilar está apresentando uma resistência imensa de ser examinado”, explica.

“Nesse momento se tem uma nova versão hoje de que os militares estariam muito satisfeitos em desligar ou expulsar o tenente-coronel Mauro Cid, o que me parece uma total fantasia. Eles podem até tentar entregar o Mauro Cid, que não perde nada – vai perder a carreira mas não perde salário nem nada disso – para impedir que oficiais como o general Paulo Sérgio, general Arruda, general Dutra, tenente-coronel Fernandes da Hora sejam chamados para prestar conta”, completa.

Para o doutor em História pela Universidade de Paris, Manuel Domingos Neto, os militares nunca deixaram de comandar nem nunca saíram de cena.

“O militar sempre influenciou e arranjou essa coisa maluca, essa coisa pirada, esse negócio desengonçado do Bolsonaro. O militar entrou de cabeça na onda conservadora. Quebrou a cara, não deu certo. Mas o militar sempre tem estratégia de recuo e de avanço. […] Agora as Forças Armadas estão em maus lençóis porque plano gorou e eles estão lá com a alternativa. Qual é a alternativa? A alternativa é de contingenciamento do governo Lula. Não na miudeza, mas nas grandes linhas. Militar não admite que ele fracassou na sua missão precípua que é a defesa nacional”, aponta.

Assista ao programa completo:

O programa Espaço Plural vai ao ar no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha.


Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil.

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